Símbolos representativos da diversidade de gêneros



Não há dúvidas de que o progresso constante da humanidade requer a mudança dos códigos de comunicação e linguagem.

Atualmente as discussões em torno da representação de todas as identidades de gênero em nossa forma de escrita e fala tem levado ao surgimento de novos símbolos para representar novos significados. 

Até pouco tempo a linguagem generalizada no masculino deixava subentendido todos os grupos. Assim, a frase "sejam bem vindos" , por exemplo, atendia a senhores e senhoras de forma satisfatória.

Com o advento das lutas femininas por inclusão e visibilidade, esse ponto foi questionado, apontando-se o machismo e o patriarcalismo em torno da generalização de termos no masculino. 

Assim as formas femininas foram acrescidas ao lado das masculinas. Nessa fase ficaram comuns construções do tipo "sejam bem vindos(as)"; "O(a) presidente da sessão...", embora na línguagem culta o plural se faz (ainda) no masculino.

Hoje, com as lutas e conquistas das demais identidades de gênero (pessoas agêneras, transgêneras e andróginas), mais uma vez os códigos utilizados para expressar identidades passam por questionamentos e novas construções vão surgindo para representar a totalidade das identidades que compõem a diversidade humana, lembrando que as pessoas heterossexuais e cisgêneras também fazem parte deste diverso. Diversidade é um termo que abarca a todxs. 

Atualmente, tem-se visto o uso de um x para neutralizar ou generalizar a partícula definidora de gênero, de forma que o seu significado passa a abranger todas as identidades (masculinas, femininas, agêneras, trangêneras e andróginas). 

Assim, está em voga construções como: "Sejam bem vindxs"; "Com a participação de todxs somos mais fortes"... o que resolve o 'problema' da representatividade e da 'hierarquia', uma vez que não está 'aparecendo primeiro' o masculino depois o feminino e vice versa; na 'guerra dos sexos', entre machismo e feminismo, até o termo que vier 'primeiro' nas falas e frases (senhores e senhoras ou senhoras e senhores) é motivo para brigas.

Como atualmente o uso do x tem sido usado para representar a inclusão de todas as diferenças quanto ao gênero, os espaços mais atualizados tem construído meios para que essas diversas identidades se sintam representadas, uma vez que, explícita ou ocultamente, estão presentes em todos os ambientes. 

No Norte de Minas Gerais, por exemplo, uma Fraternidade Espírita Kardecista (usamos o termo Kardecista apenas para diferenciar, por não se tratar dos amigos espíritas Umbandistas e Candoblecistas) acaba de criar um painel de boas vindas que representa a diversidade do público que colabora nas atividades fraternas e frequenta as palestras e eventos espíritas da localidade. Falta usá-la com mais frequência, mas já possuem.

boas vindas com universalidade de gênero
Ações como esta servem de inspiração para que outras Fraternidades do Movimento Espírita lancem olhar acolhedor para o diverso que compõe o seu público e criem meios para valorizá-lo, uma vez que a valorização é busca de toda a sociedade atual, no sentido de levar os nossos agrupamentos ao nível de espaços verdadeiramente fraternos e acolhedores, onde todas as identidades possam se sentir alimentadas em suas necessidades de espíritos eternos.

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