Sexo e Espiritualidade



Sexo e Espiritualidade

Quando adentramos o meio espírita a pergunta que não cala é: o que o espiritismo vai me dizer sobre sexo e sexualidade? E sobre homossexualidade?

A sexualidade, no meio religioso em geral (e no pensamento de espíritas conservadores), é um tabu que pouco a pouco, a partir das luzes do conhecimento racional, vai ganhando conotações não castradoras e desabrochando para a beleza de sua vivência. 

A página Sexo e Espiritualidade recorta textos espíritas da atualidade que auxiliam nossos leitores a superar a visão negativa que possam ter construído ao longo da vida sobre sexo e sexualidade. 

Boa leitura!!!

Sexo e Espiritualidade

Sexo e Espiritualidade

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Evolução em dois mundos: Hermafroditismo, unissexualidade, instinto sexual, monogamia

O livro evolução em dois mundos é um ícone para nós dentro da literatura espírita. É nele que encontramos o relato de como as espécies diversas foram se formando na Terra com o objetivo de oferecer para o espírito 'recém nascido', digamos assim, ambientes e situações para o desenvolvimento de suas habilidades latentes, da inteligência, aquisição de conhecimento e construção/criação de si mesme, em um processo de co-criação de suas próprias estruturas de expressão.

Assim, os espíritos 'recém nascidos', neste livro e em outros da literatura espírita, denominados mônadas celestes ou princípios inteligentes, foram introduzidos nos diversos reinos da natureza, dentre as diversas outras espécies, para retirar delas experiências existenciais. 

A leitura se desenrola, ao longo dos capítulos, demonstrando os diversos passos que se deram no processo evolutivo, acompanhando as aquisições do espírito em cada uma delas e, para o blog, recortamos os trechos dedicados à evolução e a significação do sexo, do instinto sexual e congêneres. 

E por que este tema nos interessa tanto? Exatamente por que, no tocante a sexualidade, estão os maiores tabus quando se trata do binômio corpo e espírito, como se o corpo e o espírito, em matéria de sexualidade, fossem duas entidades em conflito constante, o que a leitura atenta nos diz não ser realidade.

Desmistificar esses tabus, trazendo a tona a simplicidade e a beleza da sexualidade humana/espiritual, em suas múltiplas formas de expressão, é o objetivo de debruçar sobre este tema, trazendo a tona recortes até então pouco (ou nada) valorizados/apontados/ditos em palestras, debates (denotando a real presença e extensão do tabu em todos os meios religiosos, sem exceção nem mesmo ao meio espírita).

HERMAFRODITISMO E UNISSEXUALIDADE —Examinando o instinto sexual em sua complexidade nas linhas multiformes da vida, convêm lembrar que, por milênios e milênios, o princípio inteligente se demorou no hermafroditismo das plantas, como, por exemplo, nos fanerógamos, em cujas flores os estames e pistilos articulam, respectivamente, elementos masculinos e femininos.

Nas plantas criptogâmicas celulares e vasculares ensaiara longamente a reprodução sexuada, na formação de gametos (anterozôides e oosfera) que muito se aproximam aos dos animais e cuja fecundação se efetua por meios análogos aos que observamos nestes últimos seres. 

Depois de muitas metamorfoses que não cabem num estudo sintético quanto o nosso, caminhou o elemento espiritual, na reprodução monogônica, entre as vastas províncias dos protozoários e metazoários, com a divisão e gemação entre os primeiros, correspondendo à cisão ou estrobilação entre os segundos. 

Longo tempo foi gasto na evolução do instinto sexual em vários tipos de animais inferiores, alternando-se-lhe os estágios de hermafroditismo com os de unissexualidade para que se lhe aperfeiçoassem as características na direção dos vertebrados. 

HERMAFRODITISMO POTENCIAL — Gradativamente, aparecem novos fatores de diferenciação, guardando-se, no entanto, os distintivos essenciais, como podemos identificar, ainda agora, no sapo macho adulto um hermafrodita potencial, apesar dos sinais masculinos com que se apresenta, sabendo-se que carrega na região do seu testículo, positivamente acrescido, um ovário elementar aderente, o conhecido corpo de Bidder. 

Se extirparmos o testículo, o ovário atrofiado começa a funcionar, por atuação da hipófise, conforme experimentos comprovados, convertendo-se num ovário adulto. Ocorrência inversa é verificável em cinco a dez por cento de galinhas adultas, isto é, nos indivíduos psiquicamente dispostos, das quais, se retirarmos o ovário esquerdo, também consideravelmente desenvolvido, o ovário direito, rudimentar, transubstancia-se num testículo que se vitaliza e cresce, na sua parte medular, até então inibida pelos estrogênios do ovário esquerdo.Nesse fenômeno, aumenta-se-lhes a crista, cantam tipicamente à maneira do galo e adotam-lhe a conduta sexual masculina.

Registramos esses fatos para demonstrar que entre todos os vertebrados e muito particularmente no homem, herdeiro das mais complicadas experiências psíquicas, nos domínios da reencarnação, apenas os caracteres morfológicos dos implementos sexuais estão submetidos aos princípios da genética. Isso porque não é só a figuração das glândulas sexuais que se mostra bipotencial até certo ponto, pois todo o cosmo orgânico é suscetível de reagir aos hormônios do mesmo sexo ou do sexo contrário, segundo as disposições psíquicas da personalidade. 

Meus amores e amoras, foco no último parágrafo, principalmente se você for aquela personalidade delicioooosa que as pessoas olham e se perguntam: é homem ou mulher? Menino ou menina?

"nos domínios da reencarnação apenas os caracteres morfológicos dos implementos sexuais estão submetidos aos princípios da genética. Isso porque não é só a figuração das glândulas sexuais que se mostra bipotencial até certo ponto, pois todo o cosmo orgânico é suscetível de reagir aos hormônios do mesmo sexo ou do sexo contrário, segundo as disposições psquícas da personalidade."

Gostaram? Eu adoreeei e creio que dispensa quaisquer outros comentários, deixando a ala livre para a passagem das brilhantes conclusões e reflexões que o trecho inspira. Prossigamos no livro:

Entendendo-se os recursos da reprodução como engrenagens e mecanismos de que o Espírito em evolução se vale para a plasmagem das formas físicas, sem que os homens lhe comprovem, de modo absoluto, as qualidades mais íntimas, é fácil reconhecer que as glândulas sexuais e seus hormônios exibem efeitos relativamente específicos. 
Inegavelmente, o ovário e os hormônios femininos se responsabilizam pelos distintivos sexuais femininos, mas podem desenvolver alguns deles no macho, prevalecendo as mesmas diretrizes para o testículo e os hormônios que lhe correspondem. 
Isso é claramente demonstrável nos experimentos de castração, enxertos e injeções hormonais, porqüanto, apesar de a ação sexual específica do testículo e do ovário apresentar-se como fato indiscutível, a gônada, refletindo os estados da mente, herdeira direta de experiências inumeráveis, eventualmente produz certa quantidade de homtênios beterossexuais e, da mesma sorte, ainda que os hormônios sexuais se afirmem com atividade específica intensa, em determinados acontecimentos realizam essa ou aquela ação em órgãos do sexo oposto. Esses são os efeitos heterossexuais ou bissexuais das glândulas ou dos hormônios.  
ORIGEM DO INSTINTO SEXUAL — Todas as nossas referências a semelhantes peças do trabalho biológico, nos reinos da Natureza, objetivam simplesmente demonstrar que, além da trama de recursos somáticos, a alma guarda a sua individualidade sexual intrínseca, a definir-se na feminilidade ou na masculinidade, conforme os característicos acentuadamente passivos ou claramente ativos que lhe sejam próprios. A sede real do sexo não se acha, dessa maneira, no veículo físico, mas sim na entidade espiritual, em sua estrutura complexa 
E o instinto sexual, por isso mesmo, traduzindo amor em expansão no tempo, vem das profundezas, para nós ainda inabordáveis, da vida, quando agrupamentos de mOnadas celestes se reuniram magneticamente umas às outras para a obra multimilenária da evolução, ao modo de núcleos e eletrões na tessitura dos átomos, ou dos sóis e dos mundos nos sistemas macro-cósmicos da Imensidade.  
Por ele, as criaturas transitam de caminho a caminho, nos domínios da experimentação multifária, adquirindo as qualidades de que necessitam; com ele, vestem-se da forma física, em condições anômalas, atendendo a sentenças regeneradoras na lei de causa e efeito ou cumprindo instruções especiais com fins de trabalho justo.

Neste trecho é interessante parar e tecer comentário sobre as afirmadas 'particularidades anômalas'. No espiritismo clássico trechos como este foram - e ainda são - utilizados para desfechar conclusões homotransfóbicas, a partir do juízo de valor negativo que a sociedade nos atribuiu ao longo do tempo pós cultura grega (no período prevalecente grego a diversidade encontrava mais amplos campos de manifestação/cidadania). 

Hoje, em meios espíritas mais esclarecidos, comprometidos com um estudo livre de preconceitos, já se questiona o teor homotransfóbico que trechos como este inspirou, concluindo que tanto nós, pessoas encarnadas, quanto eles, espíritos desencarnados que nos ditam os textos através da psicografia, somos pessoas em processo de aprendizagem e aquisição de saberes, cuja forma de pensar a atribuir significados está em andamento. Assim sendo, o consenso gira em torno do fato de que a homotransfobia na sociedade precisa ser atacada e revertida, para que os juízos de valor negativos não influenciem na interpretação e na aplicabilidade dos textos psicografados. Continuemos no livro:

O sexo é, portanto, mental em seus impulsos e manifestações, transcendendo quaisquer impositivos da forma em que se exprime, não obstante reconhecermos que a maioria das consciências encarnadas permanecem seguramente ajustadas à sinergia mente-corpo, em marcha para mais vasta complexidade de conhecimento e emoção. 
(...) a monogamia é o clima espontâneo do ser humano, de vez que dentro dela realiza, naturalmente, com a alma eleita de suas aspirações a união ideal do raciocínio e do sentimento, com a perfeita associação dos recursos ativos e passivos, na constituição do binário de forças, capaz de criar não apenas formas físicas, para a encarnação de outras almas na Terra, mas também as grandes obras do coração e da inteligência, suscitando a extensão da beleza e do amor, da sabedoria e da glória espiritual que vertem, constantes, da Criação Divina.  
ALIMENTO ESPIRITUAL — Há, por isso, consórcios (casamentos, uniões) de infinita gradação no Plano Terrestre e no Plano Espiritual, nos quais os elementos sutis de comunhão prevalecem acima das linhas morfológicas do vaso físico, por se ajustarem ao sistema psíquico, antes que às engrenagens da carne, em circuitos substanciais de energia. 
(...) o instinto sexual não é apenas agente de reprodução entre as formas superiores, mas, acima de tudo, é o reconstituinte das forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos que lhes são necessários ao progresso. 

Pára tuuuudo e foco no parágrafo. Olhe aí a menção direta na coleção André Luiz a uniões homoafetivas tanto no plano físico como no plano espiritual: "consórcios nos quais os elementos sutis de comunhão prevalecem acima das linhas morfológicas do vaso físico, por se ajustarem ao sistema psíquico..." (p. 78) . Feshow beichas, feshow rsrsrs. Vão se amar e ser felizes! E lembrem-se da máxima: não faça com ninguém o que não gostaria que alguém fizesse com você.

Beijos e até o próximo post.

Referência

LUIZ, André (Médiuns Chico Xavier e Waldo Vieira). Evolução em dois mundos. [S.I] disponível em: <http://bvespirita.com/Evolucao%20em%20Dois%20Mundos%20(psicografia%20Chico%20Xavier%20e%20Waldo%20Vieira%20-%20espirito%20Andre%20Luiz).pdf> acesso em 10/2021.

Sexo e Espiritualidade
 "Examinado como força atuante da vida, à face da criação incessante, o sexo, a rigor, palpitará em tudo, desde a comunhão dos princípios subatômicos à atração dos astros, porque, então expressará força de amor, gerada pelo infinito amor de Deus.

O ajuste entre o oxigênio e o hidrogênio decorrerá desse princípio, no plano químico, formando a água de que se alimenta a natureza. O movimento harmonioso do sol, equilibrando a família dos mundos, na imensidade sideral, além de nutrir-lhes a existência, resultará dessa mesma energia no plano cósmico.

E a própria influência do Cristo, que se deixou crucificar, em devotamento a nós outros, seus tutelados na Terra, para fecundar de luz a nossa mente, com vistas a divina ressurreição, não será, ma essência, esse mesmo princípio, estampado no mais alto teor de sublimação? (Leia o nosso texto O real sentido da sublimação sexual).

O sexo, pois, não poderia ausentar-se do reino espiritual que nos é conhecido, por ser de substância mental, determinando mentalmente as formas em que se expressa. Representa, desse modo, não uma energia fixa na natureza, trabalhando a alma, e sim uma energia variável da alma, com que ela trabalha a natureza em que evolve, aprimorando a si mesma.

Apreciemo-la, assim, como sendo uma força do criador na criatura, destinada a expandir-se em obras de amor e luz que enriqueçam a vida, igualmente condicionada à lei de responsabilidade, que nos rege os destinos."

Espírito Silas

Chico Xavier/André Luiz

Livro Ação e Reação, p. 194

Sexo e Espiritualidade

Espírito Brígida: O ser humano não é homem nem mulher. Estagia nos dois sexos, para adquirir expressões de experiência características mais à organização biopsíquica feminil ou masculina. Transcender à humanidade é a meta da evolução para quem estagia nessa condição.

Nos anjos, não há definição sexual pela anatomofisiologia reprodutiva, já que as encarnações físicas e mesmo a forma humana de há muito terão desaparecido, por completamente desnecessárias.

A fixação em modelos comportamentais para esse ou aquele sexo, portanto, denotam apego a valores circunstanciais e não a princípios eternos. Brígida (AGUIAR; BRÌGIDA, 2001).
Referência

AGUIAR, Benjamim Teixeira de. BRÍGIDA, Espírito. Assembleia sobre Homossexualidade, 2001. Disponível em<http://www.saltoquantico.com.br/2001/05/15/assembleia-sobre-homossexualidade/> Acesso em abr. 2017.

Sexo e Espiritualidade

[...] Nas faixas primárias da evolução, o fenômeno tem por objetivo apenas a reprodução da espécie, em razão da falta de equipamentos nervosos e emocionais para a formulação do prazer. À medida que o instinto se fixa no ser vivo, surgem sensações fortes que logo passam, transferindo-se para a criatura humana em cargas sensoriais expressivas, que lentamente, à medida que se desenvolve a emoção, produz mais profundos estados de gozo, proporcionando equilíbrio, alegria de viver e salutar intercâmbio hormonal, tanto físico quanto psíquico.

A união sexual é fundamental à existência humana, por cujo contributo a vida se expressa, facultando as reencarnações dos espíritos, a união afetiva e a responsabilidade entre os parceiros que se elegem e se vinculam através do tempo, estímulos à arte e à beleza, ao trabalho e ao progresso, à busca da felicidade.

A ignorância cultural e as frustrações de indivíduos atormentados, no passado, amargurados pelos conflitos, rotularam o sexo como manifestação apenas da animalidade predominante no homem e na mulher, denominando-o pecaminoso e imundo. A sua função é digna e estabelecida pela natureza como essencial à reprodução, sem a qual a vida física se extinguiria.

Em consequência, os atavismos religiosos ultra-montanos encontraram uma forma de manter a castração sexual, determinando que somente deveria ser usado o sexo para a finalidade procriativa, como se a Divindade estabelecesse limites no sentimento do amor, determinando que uma expressão dele é nobre enquanto a outra se apresenta abjeta.

Não têm, pois, razão, aqueles que assim pensam, porque a questão mais profunda não se limita à união dos sexos, mas à mente que se deixa viciar, procurando mecanismos eróticos para conseguir novas e estranhas sensações a que se permite, transformando a finalidade relevante da convivência com um parceiro em instrumento para a permissividade doentia.

[...] a herança perversa em torno da sua finalidade, como de condenação, remontando à expulsão do primeiro casal do paraíso, gerou, na mulher dos tempos idos, sofrimentos injustificáveis, que ainda remanescem em algumas doutrinas religiosas arbitrárias, que ao invés de libertar as criaturas, escravizam-nas; textos esdrúxulos de profetas transtornados e fundadores de religiões incapazes para a vida sexual...

[...] O amor, na função sexual, é muito importante, mesmo do ponto de vista fisiológico, porque a liberação da oxitocina proporciona harmonia, já que esse hormônio é responsável pela sensação de paz que os parceiros experimentam no clímax da coabitação. A máquina cerebral é tão extraordinária na sua funcionalidade que, nesse momento, também libera opióides que respondem pela satisfação e alegria derivadas da comunhão orgânica, impossibilitando os atritos e as disposições agressivas.

Desse modo, a comunhão sexual contribui poderosamente em favor da harmonia entre os parceiros, melhorando os grupos sociais, evitando as costumeiras agressões e crueldades. Nos indivíduos satisfeitos sexualmente e harmonizados, sem os conflitos angustiantes e perturbadores da insegurança, da timidez, da inferioridade, predominam a alegria de viver, o bem-estar em relação à existência, o desejo natural da procriação(aos heterossexuais - nota do blog), da proteção à família, da boa luta em favor do progresso pessoal e da comunidade.

Na função sexual encontram-se muitos fatores que propiciam a paz assim como os conflitos, dependendo da conduta e do estado em que se encontrem os indivíduos masculinos e femininos. Aqueles, porém, que transitam no corpo sem parceria, nem por isso devem entregar-se ao desencanto, à melancolia, à infelicidade. Direcionando a mente para os ideais de beleza, de fraternidade, do trabalho na arte, na pesquisa, em qualquer área em favor da auto-realização, experimentam equivalente bem-estar, idêntica satisfação em face da liberação de outros hormônios como a dopamina, a betaendorfina, que os reconfortam.

Assim sendo, nada obstante a necessidade da comunhão sexual, não somente através dela é possível a harmonia, mas também mediante outros mecanismos de realização pessoal, social e espiritual. O ser humano é, antes de tudo, o espírito que aciona o corpo e não somente o seu cérebro.

Como é certo que os hormônios são responsáveis pelas ocorrências do prazer e do desconforto moral, da harmonia como da agressividade, da alegria como da tristeza, é o espírito que imprime nos neurônios a capacidade de produzir este ou aquele neurotransmissor responsável por tal ou qual finalidade (ANGELIS, FRANCO, 2007, p.82).

Referência



Ângelis, Joana de. Franco, Divaldo. Encontro com a Paz e a Saúde. Editora Leal, 2007. Disponivel em<http://files.comunidades.net/portaldoespirito/Joanna_de_Angelis__Encontro_com_a_Paz_e_a_Saude.pdf> Acesso em 09/2016.


Masturbação na visão espírita

Este texto foi escolhido para compor o Blog LGBT Espírita devido a universalidade do tema que aborda. A masturbação diz respeito tanto ao universo homo como ao universo hétero e tanto uns como outros, quando adentram o campo da espiritualidade em expressão espírita, tem curiosidade por conhecer o que dizem os espíritos, na atualidade, a respeito de várias temáticas sexuais, dentre elas a masturbação.

Fizemos questão de frisar o trecho 'na atualidade' por que os entendimentos a respeito das realidades de nossas vidas avançam com o passar do tempo, conforme evolui a nossa inteligência e conforme crescemos em experiências, valores universais, saberes científicos e princípios éticos.

Este diálogo compõe uma série de ensinamentos dos Espíritos mentores da Escola de Espiritualidade Salto Quântico, fundada em 1985, pelo Médium Benjamim Teixeira de Aguiar:

Benjamin Teixeira de Aguiar – Seria abusivo perguntar sobre masturbação?
Espírito Eugênia-Aspásia – Claro que não. A forma de você fazer a pergunta já revela a necessidade de ventilarmos a temática. Tudo pode ser falado, sob a perspectiva da Espiritualidade, sobremaneira o que é foco de tabu, a fim de que os automatismos neuróticos e destrutivos implicados, quanto as fixações culturais e sociais subjacentes, em sendo evidenciados, deixem de agir livremente a prejuízo de indivíduos e comunidades.
 
BTA – No passado, a masturbação era vista como pecado ou como desequilíbrio que até poderia causar distúrbios mentais e físicos. A medicina, auxiliada pela psicologia e pela sexologia, eliminou os fundamentos de tais crendices populares, que inclusive tiveram apoio de gente instruída, em tempos idos.
 
No meio espírita, por exemplo, a masturbação ainda é associada a vampirismo ou desvio de função e desperdício das energias sexuais, como se toda prática masturbatória indicasse uma queda em tentação. Poderia nos dizer algo sobre isso?
 
EEA – Sim. É gritantemente necessário que um dos postulados básicos do Espiritismo – acompanhar os avanços da Ciência – seja lembrado entre aqueles que desejam, sinceramente, desposá-lo como filosofia de vida.
 
Apegar-se a velhos conceitos, por tradição, por medo de enfrentar o novo ou pela falta de coragem em se responsabilizar plenamente pelos próprios atos, é uma atitude tão descompassada com a modernidade, que nos eximimos de expender mais comentários a respeito. Importante frisar que todo médium filtra, inconscientemente, o pensamento das inteligências que se manifestam por sua casa mental, de modo que refrações conceptuais ocorrem sempre, em algum nível, das sutis às mais graves.
 
Eis por que a vigilância deve ser acentuada, principalmente quando condicionamentos culturais e convenções muito cristalizadas estão envolvidos.
O que tem dito a Ciência sobre o assunto? Que a masturbação é algo natural e até desejável para o indivíduo adulto. 

Mesmo entre pessoas que já têm a vida afetiva disciplinada nos corredores da educação conjugal, é compreensível aconteça o fenômeno do onanismo (para os dois gêneros), que muitas vezes se revela até imperioso, quando os ritmos sexuais dos parceiros não se alinham.
 
Nesses casos, o autoerotismo permite que um não incomode o outro, na satisfação de suas necessidades de fundo psicofisiológico, nem se frustre ou gere recalques evitáveis, relacionados à quota excedente de libido que lhe não seja possível imediatamente canalizar para atividades não sexuais.
 
Quer na tenra juventude, quer em idade avançada, para solteiros ou casados, héteros ou homossexuais, a experiência masturbatória deve ser encarada como uma necessidade natural do corpo. Há abusos, sem dúvida, como os há em tudo na existência humana.
 
Os ritmos sexuais podem ser exacerbados, na compulsão, ainda que se não tenha parceiro(a) para o intercurso carnal. Cada caso é um caso, e somente com profundo autoconhecimento a criatura descobre o sistema que lhe seja mais apropriado, em função de seu bem-estar geral, produtividade, criatividade e sentimento de equilíbrio íntimo, que constituem alguns dos resultados da sexualidade bem vivida.


Referência

AGUIAR, Benjamim Teixeira de. ASPÁSIA, Espírito Eugênia. Masturbação (Diálogo Mediúnico), 2007. Disponível em < http://www.saltoquantico.com.br/2007/03/19/488/> Acesso em 04/2016.


Chico Xavier 1970: Sexo, Sexualidade, Homoafetividade

Homossexualidade comentada por chico Xavier e seus amigos espirituais
Repórter: Chegou aqui uma pergunta de dona Maria Lúcia Silva Gomes, Avenida Tucuruvi, 736. Pergunta como se explica o “homossexualismo” e a “perturbação” no comportamento sexual à luz da Doutrina Espírita.

Chico Xavier: Temos tido alguns entendimentos com Espíritos amigos e notadamente com Emmanuel a esse respeito. O “homossexualismo” tanto quanto a bissexualidade ou a assexualidade, são condições da alma humana. Não devem ser interpretados como fenômenos espantosos, como fenômenos atacáveis pelo ridículo da humanidade.

Tanto quanto acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito e acreditamos que o comportamento sexual na humanidade sofrerá de futuro revisões muito grandes por que nós vamos catalogar do ponto de vista de ciência, todos aqueles que podem cooperar na procriação e todos aqueles que estão em uma condição de esterilidade.

A criatura humana não é só chamada a fecundidade física, mas também a fecundidade espiritual. Quando geramos filhos através da sexualidade dita normal somos chamados também a fecundidade espiritual, transmitindo aos nossos filhos os valores do espírito de que sejamos portadores.

Não nos referimos aqui aos problemas do desequilíbrio nem aos problemas da chamada viciação nas relações humanas. Estamos nos referindo a condições da personalidade humana, reencarnada, muitas vezes portadora de conflitos que digam respeito seja a sua condição de alma em prova ou a sua condição de criatura em tarefa específica, de modo que o assunto merecerá muito estudo e poderemos voltar a ele em qualquer tempo que formos convidados.

Nós temos um problema em matéria de sexo na humanidade que precisamos considerar com bastante segurança e respeito recíproco. Vamos dizer, se as potencias do homem na visão, na audição, nos recursos imensos do cérebro, nos recursos gustativos, nas mãos, na tactilidade com que executam trabalhos manuais, nos pés; se todas essas potências foram dadas ao homem para a educação, para o rendimento pelo bem, isto é, potências consagradas ao bem e a luz em nome de Deus, seria o sexo, em suas várias manifestações, sentenciado as trevas?

Os perigos da repressão sexual

A repressão sexual é responsável, como bem explica a psicologia, por um sem-número de desordens psicológicas e psiquiátricas, pois a energia sexual está na base da expressão da vida mental, física e emocional, conforme esclarece Emmanuel:

"Desarrazoado subtrair-lhe as manifestações aos seres humanos, a pretexto de elevação compulsória, de vez que as sugestões da erótica se entranham na estrutura da alma, ao mesmo tempo em que seria absurdo deslocá-lo de sua posição venerável, a fim de arremessá-lo ao campo da aventura menos digna, com a desculpa de se lhe garantir a libertação. (Chico Xavier, Espírito Emmanuel, Vida e sexo, cap.01, p.10).

Abstinência não significa equilíbrio. Pode ser parte importante de um processo de reeducação de um indivíduo que se reconheça necessitado de adestramento das forças sexuais, e por vezes a vida impõe essa condição ao ser reencarnado, colocando-lhe impedimentos físicos que obstaculizam a vivência da sexualidade. Não é o caso da maioria homossexual, que possui todos os implementos orgânicos e psíquicos necessários ao ato.

Caso se trate de um heterossexual ou homossexual com tendências compulsivas, a abstinência parcial pode ser parte de um processo de redirecionamento das energias, enquanto outras ações estimulam o indivíduo na alimentação psicoemocional em outras áreas nobres, gerando prazer de alma.
 
Prescrever aos homossexuais a abstinência como "medicação segura a um doente da alma", como habitualmente se diz, é manter velho preconceito que não atende às realidades e necessidades dos indivíduos, nem ao objetivo de reeducação do afeto, alvo de muitas das experiências homossexuais.
 
O simples fato de viver a condição homossexual com sua dificuldade de aceitação, com a limitação da expressão afetiva e, para alguns, a distonia entre corpo e psiquismo, já representa uma condição provacional e expiacional suficiente para a revisão de conceitos e posicionamentos, em um processo de ampliação de consciência. Afirma Hammed:

"Podemos cobrir os impulsos sexuais com o manto da simulação. Substituímo-los por outros, inventamos desculpas e álibis convincentes para ocultá-los de nós mesmos e dos outros; porém eles não desaparecem. As muttilações de qualquer gênero são sempre uma repressão cruel às leis naturais da vida; no entanto, todos nós somos convocados a planejar uma vida sexual equilibrada.
 
Abstenção imposta gera desequilíbrio, mas a educação, aliada ao controle e à responsabilidade, será sempre a meta segura para o emprego responsável e nobre das forças sexuais. (Francisco dp Espírito Santo e Espírito Hammed, As dores da alma, p.95.).
 
Complementa Ernance Dufaux: "abstinência nem sempre é solução e pode ser apenas uma medida disciplinar sem que, necessariamente, signifique um ato educativo. Por educar devemos entender, sobretudo, a desenvoltura de qualidades íntimas capazes de nos habilitar ao trato moral seguro e proveitoso com a vida.(Wanderlei Soares Oliveira e Espíritos Ernance Defau e Cícero Pereira, Unidos pelo amor, cap.14, p.88).

O estabelecimento de laços afetivos, de relações profundas de respeito valorização de si mesmo e do outro é o maior e melhor medicamento para indivíduos que se reconheçam desejosos do aprendizado do afeto.
 
Não se aprende a jogar futebol senão no campo, não adiantam as teorias. Igualmente, o afeto se aprende e se desenvolve na convivência, com todos os seus desafios e alegrias (MOREIRA, 2012, P. 195-197).

Referência

MOREIRA, Andrei. Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal. AME Editora. Belo Horizonte/MG, 2012.

O tabu em torno do sexo anal

O problema que muitas vezes incomoda a muitos é a prática sexual entre iguais, sobretudo a masculina, questão poucas vezes citada, mas presente subliminarmente na fala de muitos espíritas.

O sexo anal é tabu para a humanidade como um todo, e no meio religioso todas as práticas sexuais o são, essa mais ainda.

É interessante observar que de vez em quando se levanta essa questão em relação aos homossexuais masculinos, mas esquece-se que os heterossexuais também o praticam, e frequentemente. Segundo pesquisa de Carmita Abdo, o Prosex (Projeto Sexualidade do Instituto de Psiquiatria do Hospital da Faculdade de Medicina da USP) 28% dos heterossexuais admitem praticar sexo anal regularmente em suas relações monogâmicas conjugais ou em relações extraconjugais (que 50% dos homens e 25% das mulheres heterossexuais admitem ter).

Trata-se, portanto, de uma questão que diz respeito a todos, heterossexuais e homossexuais. A questão que aqui se evidencia e que é importante de ser ressaltada é que, independentemente de a prática sexual ser julgada anatômica ou não, adequada ou não, de acordo com padrões fisiológicos ou morais, não cabe a ninguém dizer ao outro o que deve ou não fazer em matéria de prática ou posicionamento sexual. Essa decisão é pessoal e reflete o caminho e a busca de cada um.

A Doutrina Espírita é ciência e filosofia de consequências religiosas que promove a expansão consciencial do indivíduo, fazendo-o compreender a natureza das circunstâncias e suas repercussões na vida futura, estimulando-o ao autoconhecimento e autodomínio em busca da autossuperação, referenciada no Evangelho e na consequente evolução.

Cabe, portanto, a cada qual conhecer seu corpo e sua fisiologia, decidindo o que lhe convém ou não, o que é adequado ou não, o que é aceitável e suportável em termos de vivência. E isso será sempre uma escolha particular que caberá a cada qual fazer.

A questão é que, ao ditar regras para o outro, a pessoa está falando de si mesma e de suas necessidades e tabus. Talvez por isso teria dito um espírita abalizado que a Terra precisa muito de educadores sexuais, o problema seria encontrar professores capacitados... Sintetiza Ermance Dufaux:

"A questão da sexualidade é pessoal, intransferível, consciencial, e a ética nesse campo passa por muitas e muitas adequações. (Wanderley Oliveira e Espíritos Ermance Dufaux e Cícero Pereira, Unidos pelo amor, cap.14, p.91)". (MOREIRA, 2012, P. 197-199).


Sexo e Espiritualidade

Enquanto via de regra o sexo é julgado pelas religiões como 'fraqueza da carne', vivido somente para reprodução por alguns e como algo sujo por tantos (mulheres principalmente), imersos em tabus religiosos ao longo da história, diversos recortes da literatura espírita trata o sexo em sua naturalidade, simplicidade, e as questões sexuais de forma a aliviar o coração e a consciência, uma vez que nos esclarece que o sexo é fenômeno da alma e a forma como se vive a sexualidade depende também do estágio de evolução das coletividades em cada momento histórico e não apenas de cada um de nós.

São lições que passam despercebidas e são descobertas apenas quando você se aventura a buscar o conhecimento por conta própria. É como sempre recomendamos aqui no blog: tenha a curiosidade de ler. Se querem aprender, conhecer, aprofundar, não fiquem apenas digerindo palestras porque elas estão recheadas do ponto de vista, da interpretação e muitas vezes da conveniência do palestrante.

É válido lembrar sempre, gente, que em matéria de sexo, como em qualquer outro campo, o que se ensina é o trato ético ao outro e seus sentimentos, seus anseios e expectativas. O que pesa para a consciência do espírito é ter prejudicado outro.

O texto que segue é ditado pelo espírito André Luiz a Chico Xavier e trata-se de uma palestra que André Luiz presenciou no plano espiritual sobre o sexo.

Neste recorte o palestrante espiritual esclarece que a sede do sexo é a alma e não o corpo.

"Agora, que nos distanciamos das imposições mais rijas da forma, sem nos libertarmos, contudo, dos ascendentes fundamentais de suas leis, que ainda nos subordinam as manifestações, compreendemos que os enigmas do sexo não se reduzem a meros fatores fisiológicos. 
Não resultam de automatismos nos campos da estrutura celular, quais aqueles que caracterizam os órgãos genitais masculinos e femininos, em verdade substancialmente idênticos, diferenciando-se unicamente na expressão de sinalética. 
A este respeito formulamos conceitos mais avançados. Se aí residem forças procriadoras dominantes, atendendo aos estatutos da natureza terrestre, reguladores da vida física, temos, na inquietação sexual, fenômeno peculiar ao nosso psiquismo, em marcha para superiores zonas da evolução. 
(...) a sede do sexo não se acha no corpo grosseiro (esse termo, corpo grosseiro, é usado para se referir ao nosso corpo carne em oposição ao nosso corpo espiritual, ok?), mas na alma, em sua sublime organização.
Neste segundo trecho o palestrante espiritual fala sobre masculinidades e feminilidades: 
Na esfera da crosta, distinguem-se homens e mulheres segundo sinais orgânicos, específicos. Entre nós, prepondera ainda o jogo das recordações da existência terrena, em trânsito, como nos achamos, para as regiões mais altas; nestas sabemos, porém, que feminilidade e masculinidade constituem característicos das almas acentuadamente passivas ou francamente ativas. 
Compreendemos, destarte, que na variação de nossas experiências adquirimos, gradativamente, qualidades divinas, como sejam a energia e a ternura, a fortaleza e a humildade, o poder e a delicadeza, a inteligência e o sentimento, a iniciativa e a intuição, a sabedoria e o amor, até lograrmos o supremo equilíbrio em Deus (LUIZ; XAVIER, P. 154-168)
Assim, esse segundo trecho deixa claro algo que em nossa comunidade experimentamos constantemente: feminilidade e masculinidade independem da sinalética genital.

Não está no corpo, está na forma como nos expressamos. E expressar-se é trazer para fora o que somos. É trazer o que acumulamos em nossas experiências como espíritos eternos, que passou pelas fileiras das encarnações ora como homens e ora como mulheres, acumulando em nosso ser íntimo, em nossa consciência, as características já adquiridas.

Referência


LUIZ, Espírito André; XAVIER, Francisco Cândido. No Mundo Maior. Federação Espírita Brasileira-FEB. Disponível em <http://www.espiritoimortal.com.br/espirito_imortal/no-mundo-maior.pdf>. Acesso em 2019.

Sexo e Espiritualidade

Espírito Temístocles: Dignos de reflexão os fatos que se seguem:

1) Nos ambientes mais cultos e informados, o índice de aceitação à homossexualidade é muito maior que nos que campeiam e ignorância e o analfabetismo.

2) Um dos maiores fatores gerados de homossexualidade em fronteiriços é justamente a homofobia.

3) Crianças educadas por homossexuais tendem a ter índices baixíssimos de inclinação homossexual, bem abaixo da população geral, quase toda criadas por heterossexuais.

4) Segundo as mais respeitadas pesquisas quanto às preferências sexuais humanas, aproximadamente de 5% a 10% do contingente humano é gay, ao passo que metade(!), sim, isso mesmo: metade das populações tem algum grau de tendência homossexual em si.

Com isso concluímos: Contra quem se está quando se combatem os homossexuais? Contra as próprias tendências reprimidas, aumentando a alienação sobre si mesmo e a tensão mental inconsciente, gerando neuroses e infelicidade e desperdiçando-se energia psíquica que poderia ser muito melhor aplicada no que interessa?

Contra os pais enrustidos, revolvendo a arma do verbo objurgatório em feridas mal-cicatrizadas que sangram há décadas? Ou será que se estará contra os próprios filhos conflitados, levando-os a se distanciarem dos pais e educadores e a se aproximarem de grupelhos de natureza duvidosa, para larga expansão ao culto das drogas ou outras formas de fuga do inevitável? (AGUIAR; TEMÍSTOCLES, 2001)

Temístocles.

Referência


AGUIAR, Benjamim Teixeira de. TEMÍSTOCLES, Espírito. Assembleia Sobre Homossexualidade. 2001. Disponível em<http://www.saltoquantico.com.br/2001/05/15/assembleia-sobre-homossexualidade/> Acesso em abr. 2017

Sexo e Espiritualidade

Como a homossexualidade seria doença, loucura ou perversão, se o percentual de homossexuais entre os homens e mulheres mais influentes e realizadores de todos os tempos, em todas as áreas do saber e do conhecimento humanos tenha sido acentuadamente maior que o percentual de gays na população como um todo?

Cidadãos criativos e produtivos, devotados à prosperidade humana, deveriam ser taxados como anormais e dignos de serem anatematizados, estigmatizados e alijados do convívio social? Que tal, então, só para começar, colocarmos nessa lista, gente que vai de Aristóteles e Platão (na Antiguidade), passando por Leonardo da Vinci e Michelangelo (na Renascença), até Tchaikovsky e George Sand (já no século XIX), só para citarmos alguns poucos dos mais notórios gays da História?

O gueto e o desequilíbrio gays são decorrentes da própria homofobia. Se a sociedade fosse contra a heterossexualidade, esses cairiam em toda forma de perversão, revolta e desajustes que se vê entre uma parcela da população homossexual.

Aliás, por outro lado, que tipo de opinião ter-se-ia de um segmento social, ao se conhece-lo quase que somente pelos seus elementos mais desequilibrados e barulhentos. Que tal conhecer as mulheres apenas por aquele tipo caricaturesco de prostitutas ruidosas? Em parte, é isso que ocorre com gays, sem acesso à cidadania. Proscritos, muitos enlouquecem e se pervertem na clandestinidade.

Assim, a homofobia gera desequilíbrio, que gera mais homofobia, e o cliclo vicioso se estabelece, cada vez mais danoso (AGUIAR; ROBERTO, 2001).

Roberto.

Referência

AGUIAR, Benjamim Teixeira de. ROBERTO, Espírito. Assembleia Sobre Homossexualidade. 2001. Disponível em<http://www.saltoquantico.com.br/2001/05/15/assembleia-sobre-homossexualidade/> Acesso em abr. 2017


Sexo e Espiritualidade

Espírito Demétrius: Desde a virada do século anterior, Freud conseguiu acabar com a barbárie da criminalização da homossexualidade. Passou-se a sugerir, então, o tratamento de gays em hospitais e não a trancafiá-los em presídios, como párias perigosos da sociedade.

Desde 1973, todavia, a Associação Psiquiátrica Americana tem como conclusão científica que a homossexualidade não constitui doença mental. Não aceitar tal perspectiva é declarar-se cidadão do século XIX, em pleno século XXI. (AGUIAR; 

DEMÉTRIUS, 2001).

Referência


AGUIAR, Benjamim Teixeira de. Anacleto, Espírito. Assembleia Sobre Homossexualidade. 2001. Disponível em<http://www.saltoquantico.com.br/2001/05/15/assembleia-sobre-homossexualidade/> Acesso em abr. 2017


Sexo e Espiritualidade

Anacleto: Toda leitura conceitual deve partir da contextualização histórica e dos interesses subliminares que subjazem aos valores propalados externamente.

No passado da humanidade, em que se viviam tempos de exposição perigosa a intempéries naturais e em que se sofriam epidemias devastadoras e guerras sangrentas em proporções calamitosas quanto constantes, natural que o inconsciente coletivo humano tomasse inclinação por rejeitar sexo não-reprodutivo, manifestando tal tendência nas superestruturas culturais (incluindo, fortemente, a religião) e nos modelos de organização sócio-econômica.

Desde, todavia, que se entende o ser humano como mais que uma mera máquina de reprodução sexual, e que homens e mulheres sejam mais que machos e fêmeas, todas as sutis implicações dessa flexibilização paradigmática repercutirão em novos modelos de família, moral e costumes, bem como leis e diretrizes religiosas. Trata-se de uma questão de desenvolvimento civilizacional, uma tendência histórica irrefreável.

A promiscuidade e os comportamentos indignos é que caracterizam distúrbios psíquicos ou disfunções da personalidade. Não se deve definir o ser humano por seu sexo, nem por suas preferências sexuais, e sim por seu caráter e seu intelecto, bem como pelas contribuições específicas que pode ofertar à sociedade de que é partícipe.

Avaliar-se alguém por seus hábitos de alcova é algo de extremamente retrógrado, primitivo e simplório, denunciando pouca inteligência, cultura, sabedoria e atualidade de quem propõe tal forma de julgamento humano.

A Religião é sempre resistente aos avanços culturais e sociais – sempre foi assim. É uma questão de natureza epistemológica – tem função conservadora, mais que outros campos gnosiológicos, pelas presunções de verdade em que facilmente se deixa envolver. A Ciência e a Filosofia, como as Artes, e outros departamentos do saber e agir humanos são mais livres para esposar idéias novas, mais complexas ou revolucionárias.

Por isso, eis a importância de se afirmar, com veemência, que a interpretação de textos sagrados jamais deverá ser literal. Todo literalismo revela ou estultícia de quem o faz ou, muito pior que isso: más intenções. Jesus e os grandes mestres da religião e da espiritualidade jamais rejeitaram qualquer forma de amor.

Somente os homens, sobretudo os doutores em teologia, contaminados por suas pretensões de superioridade e impregnados de concepções inteiramente ultrapassadas, cunharam editos contra mulheres, homossexuais e artistas, bem como cientistas e livres-pensadores, no carreiro dos séculos.

É hora de se parar e se pensar, com critério e lucidez, no que se diz e no que se prega. Não adiantou que grandes autoridades teológicas queimassem vivos em fogueiras sagradas os ousados homens de ciência que se atreveram a dizer a Terra era redonda. Ela nunca deixou de ser. Mas a culpa dos que agiram mal perdurou, de qualquer forma, para além, muito além daqueles dias insanos…(AGUIAR; ANACLETO, 2001)

Anacleto.


Referência

AGUIAR, Benjamim Teixeira de. Anacleto, Espírito. Assembleia Sobre Homossexualidade. 2001. Disponível em<http://www.saltoquantico.com.br/2001/05/15/assembleia-sobre-homossexualidade/> Acesso em abr. 2017

Sexualidade no espiritismo

O sexo é um tabu em quase todas as sociedades ao redor do globo e no Brasil não é diferente. Embora muitos evitem falar sobre o tema, não temos vergonha de falar sobre a sexualidade no espiritismo.

O espírita acredita que a sexualidade é parte integrante da personalidade humana. Além  de sua função principal, que é a procriação da espécie humana, entendemos que o sexo é parte essencial na forma como nos relacionamos com nossos parceiros, demonstrando afeto e também buscando prazer e felicidade. Pode parecer chocante para algumas pessoas, mas não há vergonha no sexo.

Sempre nos perguntam sobre o sexo antes do casamento. Ao contrário da maioria das religiões, o espiritismo não é contra o ato sexual entre um casal antes do casamento, por exemplo, pois acreditamos que o sexo faz parte da demonstração de amor e afeto entre duas pessoas.

O que o espiritismo condena, entretanto, é o sexo de forma promiscua, desprotegida e descuidada. Além de ser extremamente perigoso em termos de saúde, a promiscuidade é também um desrespeito ao seu corpo e também ao seu espírito.

Conforme dito no livro Sexo e Destino psicografado pelo Chico Xavier do espírito André Luiz, o sexo é uma forma essencial para a troca de energia entre um casal, daí a importância de se pensar na escolha do parceio.

No mais, é importante deixar claro que o espiritismo não condena nada em relação a sexualidade. Acreditamos muito no livre arbítrio, na liberdade de escolha das pessoas e na lei de ação e reação. Ou seja, cada pessoa é seu próprio juiz e responsável pelo seu próprio destino.

Recomendamos a leitura de três livros que faram direta e indiretamente sobre sexo e a sexualidade sob a ótica do espiritismo.

Sexo e Destino: No Rio de Janeiro de meados do século XX, a trajetória de duas famílias – Torres e Nogueira – se entrelaça em tramas repletas de amor, paixão, vaidade, luxúria e ódio, preenchendo existências de tragédia e favorecendo a concretização de obsessões doentias no espírito de jovens e adultos membros das famílias.

 Auxiliado pela psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, o Espírito André Luiz apresenta o mais denso romance da coleção “A vida no mundo espiritual”, intercalando reflexões sobre amor e consciência, liberdade e compromisso, culpa e resgate, lar e reencarnação, com respostas sobre o relacionamento sexual humano e a consequência das conduta e experiências sexuais do presente em vidas futuras, sujeitas às leis de causa e efeito que podem delinear todo o destino do ser.

Sexo e Consciência: O sexo, na condição de atavismo predominante dos instintos primários essenciais, desempenha papel importante no processo da saúde psicológica e mental, não olvidando também a de natureza física, caracterizando-se como importante função biológica que permite a continuidade da vida na Terra. 

Esta grande obra organizada por Luiz Fernando Lopes, resultado de um trabalho realizado por longos anos, tem por objetivo esclarecer o amigo leitor sobre as reais diferenças entre o Sexo consciente e o Sexo em desalinho. A partir de pesquisas em material audiovisual, que contém a gravação de palestras e seminários proferidos por Divaldo Franco em todo o Brasil, explicita todas as implicações e consequências decorrentes dos abusos praticados nessa área tão delicada da natureza humana. 

Ressalta ainda a importância da sublimação das energias sexuais, canalizando-as para a prática de tarefas nobres que promovam a nossa evolução moral e espiritual. Por ser uma obra copiosa, de fôlego, trata com muita objetividade mais de sessenta subtítulos dentro do contexto de Sexo e Consciência, proporcionando lições e esclarecimentos de grande valor para a nossa aprendizagem.

Tirando Dúvidas Volume II: Muitos levantam as mais variadas questões sobre o espiritismo. E perguntam. Quem Pergunta Quer Saber!. Amilcar Del Chiaro Filho criou um programa de rádio de sucesso, respondendo sobre a Doutrina Espírita. A Mundo Maior Editora lançou um livro com algumas dessas questões. Foi um sucesso.E agora, vem aí o volume 2!. Aprofunde seu conhecimento sobre livre-arbítrio, autismo, sexo, psicologia, evangelização e tanta coisa mais.


RECORTES DE TEXTOS ESPÍRITAS (ANOS 90 EM DIANTE) SOBRE O SEXO


"Criado o Espírito simples, para adquirir experiências a esforço próprio, e renascendo para aprimorar-se, as realizações se transferem de uma para outra vivência, dando curso aos impositivos da evolução que, enquanto não viger o amor, se imporão através dos processos aflitivos (no parágrafo anterior Joana descreve como processos aflitivos todas as situações que chamamos de tristes: doenças, perdas, problemas sociais, de relacionamento interpessoal... etc) .

Inevitavelmente, porém, momento surge, no qual há um despertamento para a emoção superior e o amor brota, a princípio como impulso conflitivo, para depois agigantar-se de forma excelente, preenchendo os espaços emocionais e liberando as tendências nobres, enquanto dilui aquelas de natureza inferior.

O sexo, nesse imenso painel de experiências, na condição de atavismo predominante dos instintos primários essenciais, desempenha papel importante no processo da saúde psicológica e mental, não olvidando também a de natureza física"(Joana de Ângelis, livro 'Amor, Imbatível amor').






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