Diálogos médicos sobre homossexualidade e espiritismo


Diálogos médicos sobre homossexualidade e espiritismo

Homossexualidade e Espiritismo

A primeira versão deste texto dizia o seguinte:

Este texto foi escrito baseado no programa Diálogos Médicos de 26/07/2016. Neste programa, discutimos uma matéria da Folha Espírita relacionada ao tema. Sabemos que, de modo geral, a sexualidade tem tabus que atravessam os tempos e as culturas. 

A aversão à homossexualidade é um destes tabus, algo que não passa por explicações lógicas. Clinicamente, a homossexualidade já foi catalogada no passado como um distúrbio.



Hoje, ela não é considerada uma doença, e sim uma preferência. Em uns poucos países, a homossexualidade ainda é crime; em alguns outros, as hostilidades contra homossexuais ficam impunes por uma omissão das autoridades.



No campo religioso, alguns grupos cristãos radicais baseiam-se em uma passagem bíblica (Levítico 18:22) para condenar a homossexualidade: “Com homem não te deitarás, como se fosse mulher; abominação é”.


De fato, este preceito está no Antigo Testamento, mas o que estes grupos ignoram é que ali existem 613 mandamentos. Quem respeita todos estes preceitos são os judeus observantes ultra-ortodoxos. 

Alguns exemplos incluem: não comer misturas de leite e carne (Êxodo 23:19); não andar fora dos limites da cidade no Shabat (Êxodo. 16:29); os homens não devem raspar a barba com uma navalha (Levítico 19:27). 

Assim, alguém que faça a barba para viajar ao litoral no sábado para comer um cheeseburger já estará infringindo três mandamentos. E mesmo havendo uma objeção à homossexualidade no Antigo Testamento, não existe um mandamento incitando a perseguição àqueles que não o seguem.



Na prática cristã, se há conflito entre preceitos do Antigo com os do Novo Testamento, este último é prioridade. O cristão, quando em dúvida, deve perguntar o que Jesus faria. Podemos imaginar que Jesus poderia até mesmo acolher um homossexual como seu seguidor.



Jesus aproximou-se de pecadores, prostitutas, coletores de impostos. Não condenou a adúltera, que havia sido sentenciada à morte por apedrejamento. Jesus defendia um caminho alternativo à estrita obediência à Lei, com a caridade como prioridade. Isto irritava os fariseus, o que culminou com o complô que resultou na crucificação de Jesus. Assim, alguém que siga cegamente o Velho Testamento está agindo como os fariseus.


Grupos espíritas que não permitam a aproximação de homossexuais nos trabalhos da casa espírita desconhecem que não há objeção doutrinária à integração destas pessoas nestas atividades.

No Espiritismo há referências vagas à homossexualidade, até porque suas principais obras guia são de outros tempos. Algumas citações ajudam a elucidar a situação espiritual na homossexualidade.

Andre Luiz, no livro Evolução em Dois Mundos, cita que o Espírito não tem gênero. O corpo perispirítico se apresentará conforme a sua vida íntima o determine, refletindo a feição determinada por seu psiquismo.

O corpo físico vai mudando de gênero a cada nova encarnação. Algumas vezes, o Espírito reencarna na forma invertida à predominante em seu estado mental, por prova ou tarefa. Neste caso, o Espírito ainda se identifica com o gênero da encarnação passada, que pode não ser o mesmo da atual.

Mesmo considerando esta dissonância espiritual, a literatura espírita nunca cita a homossexualidade como algo patológico ou reprovável, que precise de modificação forçada.

Os religiosos radicais que acreditem que perversões reprováveis seriam característica de homossexuais são incapazes de enxergar que heterossexuais podem ter comportamentos ainda mais degradantes. 

 


Concluindo, não há argumento religioso que justifique hostilidade e perseguição aos homossexuais. O Espiritismo apenas estará na vanguarda da transformação da humanidade quando seus representantes forem capazes de agir como verdadeiros cristãos.
Diálogos médicos sobre homossexualidade e espiritismo


Referência

SAAD, Marcelo. Homossexualidade e Espiritismo. Programa Diálogos Médicos, 2016. Disponível em < http://radioboanova.com.br/homossexualidade-e-espiritismo/> Acesso em: Set. 2017.

A versão atualizada, do ano de 2018, do texto acima, traz o seguinte:
Homossexualidade na visão espírita

Essa semana tivemos uma polêmica muito grande acerca da decisão de um juiz do Distrito Federal favorável a um grupo de psicólogos que reivindicam a chamada “cura gay”. Essas terapias são proibidas pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), desde o ano de 1999. Além disso, no ano de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a Homossexualidade da lista internacional de doenças. O CFP e a Ordem dos dos Advogados do Brasil (OAB), já se pronunciaram contra e vão recorrer da decisão. 
O espiritismo é uma doutrina que não possui dogmas, ou seja, princípios indiscutíveis. Ela prega o aprendizado constante em ciclos de experiências. A doutrina codificada por Allan Kardec é também baseada na filosofia, ciência e religião, que juntas são capazes de nos esclarecer e nos ensinar da melhor forma possível o caminho do progresso moral (ético - grifo nosso). 
No obra, O Livro dos Espíritos, a pergunta de número 200 nos esclarece um ponto principal para a questão: Têm Sexo os Espíritos? 
“Não como entendeis, pois o sexo depende da organização. Há entre eles amor e simpatia, mas baseados na concordância dos sentimentos.” 
Grandes nomes na doutrina dos espíritos no Brasil nos esclarecem algumas questões fundamentais. Raul Teixeira é um deles e usa a seguinte frase a se referir sobre o amor:
“O amor não vê a morfologia, o amor ama.” 

 

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Divaldo Franco ao falar sobre a Homossexualidade diz que a conduta moral em um relacionamento é aquela que não tem agressões e promiscuidade. Sendo associada erroneamente de forma quase que exclusiva para se referir sobre homossexuais. 
A palavra promíscuo tem dentro do significado sexual a compreensão do indivíduo que mantém relação sexual com muitos parceiros. O médium acrescenta que essas condutas podem partir de ambos os sexos. Divaldo ainda nos diz que a homossexualidade é uma experiência evolutiva, não sendo nem uma doença e nem castigo divino, e que a perversão da conduta sexual pode partir sim de uma pessoa Heterossexual, como explica na seguinte afirmação:

 

“O uso que cada um faz que dará a dignificação ou o desvio de conduta moral.” 
Francisco Cândido Xavier, Chico Xavier, em entrevista ao programa Pinga Fogo da extinta TV Tupi, respondeu à algumas perguntas sobre o tema. Ele diz ser uma condição da alma humana e que não deve ser considerado como fenômeno espantoso. Confira um outra afirmações do médium: 
“Tanto como acontece com a maioria que desfruta de uma sexualidade dita normal, aqueles que são portadores de sentimentos de homossexualidade ou bissexualidade são dignos do nosso maior respeito.” 
Portanto, é fundamental aprendermos a compreender e respeitar, pois a intolerância é um mal do indivíduo que ataque etnias, sexualidade, religião, apenas com a certeza de que suas convicções são a verdade absoluta dentro de qualquer sociedade. Bom, basta apenas estudarmos a história para podermos perceber todas as tragédias causadas pelo homem motivado pela intolerância e ignorância. 
Em suma, Deus é amor, criador de todas as criaturas que nos presenteou com nossa singela existência, ainda em evolução. O amor pode se manifestar em todos nós, pois somos a criação Dele. Além disso, aprenda a amar e doar o seu a amor a todos. Além disso, o Papa Francisco nos disse: 
“Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?” 
Dica de leitura: Acesse Mundo Maior e conhece o romance, Um Amor Diferente, sobre homossexualidade.



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