A moderna psiquiatria frente ao lgbt

junho 07, 2017

A moderna psiquiatria frente ao lgbt

Estudando a Homoafetividade com Andrei Moreira - A moderna psiquiatria frente ao lgbt

De acordo com a moderna psiquiatria, nada há a tratar no homossexual devido à sua orientação afetivo-sexual, senão o sofrimento e a distonia em relação a essa orientação, que representa o sofrimento decorrente da não aceitação e da não adaptação a ela. Isso recebe o nome de "orientação sexual egodistônica" no CID -10 F66.1 e é classificada entre os "transtornos de identidade de preferência sexual".

O objetivo é auxiliar o indivíduo a tornar sua orientação sexual egossintônica, ou seja, se transformar em um indivíduo adaptado e em paz com aquilo que observa como sendo a sua condição afetivo-sexual real, o que demanda autoconhecimento e autoaceitação (MOREIRA, 2012, P. 130)

Assim como a moderna psiquiatria busca orientar nas angústias de não adaptação ou não aceitação à condição homossexual (não aceitação muitas vezes provocada pelo medo frente à uma família e sociedade hostis ao diferente de seus padrões estabelecidos), a casa espírita, em sintonia com a ciência vigente sobre o tema, deve proceder da mesma maneira em sua atenção ao LGBT que procurar apoio por estar em conflito com a sua identidade, auxiliando o indivíduo a entrar em sintonia consigo mesmo e viver em plenitude a experiência espiritual que no momento transita, esclarecendo que o Espírito reencarna em experiências diversas a fim de adquirir os saberes que os elevam a níveis cada vez maiores de consciência de si, do outro, do universo e, por fim, da divindade da qual faz parte.

O erro em que diversas casas espíritas incorrem é considerar que todo LGBT está em conflito consigo mesmo e deve ser orientado a mudanças em sua identidade e orientação sexual; ou que o LGBT é, por regra, um ser obsidiado por vampiros espirituais, que devem ser conduzidos a sessões e correntes de desobssessão... Isso é falso.

Adotar na atualidade tais posturas, uma vez que a própria literatura espírita apresenta uma vastidão de fontes de conhecimentos que informam o contrário, é mostrar-se fechado ao estudo sério e aprofundado do assunto, principalmente em suas fontes atualizadas.

É interessante, diante do conhecimento da evolução progressiva dos espíritos, que muitos espíritas, de forma dogmática e perigosa, se prendam a textos passados e se recusem ao estudo e consideração dos novos.

Segundo a própria doutrina espírita atitudes como esta caracterizam a pessoa como estacionária nas sendas evolutivas, fechadas em velhos conceitos, impedindo o seu progresso e o daqueles que estejam sob a sua condução, no caso de palestrantes, lideranças e educadores nos centros espíritas.

Precisamos tomar muito cuidado para não sermos condutores estacionados, condenando ao estacionamento evolutivo todos aqueles que se encontram sob nossa orientação.