A retirada da homossexualidade da lista de doenças Psi

Estudando a Homoafetividade com Andrei Moreira - A retirada da homossexualidade da lista de doenças Psi

A retirada da homossexualidade da lista de doenças Psi

Em 1973, a partir da pressão dos movimentos homossexuais organizados, que surgiam nos EUA, e após longo debate entre psiquiatras e psicanalistas, a Associação Americana de Psiquiatria revisou a literatura científica e retirou a homossexualidade da lista de doenças psiquiátricas, por falta de dados e evidências empíricas que a mantivessem classificada como tal, passando a considerá-la uma variante do comportamento sexual humano. No ano seguinte, os psiquiatras americanos confirmaram a decisão. Em 1975 a Associação Americana de Psicologia fez o mesmo, seguida, em 1958, pelo Conselho Federal Brasileiro de Psicologia (MOREIRA, 2012, P. 125)


Essas instituições, reunidas, assim se pronunciaram em 2007, em documento a favor da aprovação do casamento gay na califórnia, contando a história das suas decisões: "Em 1952, quando a Associação Americana de Psiquiatria publicou o seu Manual diagnóstico de doenças mentais (DSM), a homossexualidade foi incluída como uma desordem.

Quase imediatamente, entretanto, a classificação começou a ser submetida a um escrutínio crítico pela pesquisa patrocinada pelo Instituto Nacional de Saúde Mental. Esses estudos e a subsequente falharam em produzir quaisquer evidência empírica ou base científica para considerar a homossexualidade como desordem ou anormalidade, mas sim como uma orientação sexual normal e sadia.

Como os resultados dessas pesquisas se acumularam, profissionais de medicina, saúde mental e Ciências Sociais e do comportamento chegaram à conclusão de que foi incorreto classificar a homossexualidade como doença mental e que a classificação do DSM refletia opiniões não testadas, baseadas em normas prevalentes sociais e impressões clínicas de amostras não representativas de pacientes, os quais procuravam a terapia, e indivíduos cujos comportamentos os conduziram ao sistema de justiça criminal.

Em reconhecimento da evidência científica, a Associação Americana de Psiquiatria removeu a homossexualidade do DSM em 1973, atestando que a homossexualidade per si não implica em prejuízo do julgamento, estabilidade, confiabilidade ou capacidades gerais sociais ou vocacionais.

Após revisar as informações científicas, a Associação Americana de Psicologia adotou a mesma posição, em 1975, e conclamou todos os profissionais da saúde mental a se empenhar em remover o estigma de doença mental que tem sido associado com a orientação homossexual (MOREIRA, 2012, P. 126).

Concluindo, afirmam as Associações Americanas de Saúde mental: os profissionais de saúde e pesquisadores reconheceram que ser homossexual não coloca nenhum obstáculo inerente a uma vida feliz, saudável e produtiva, e que a vasta maioria de gays e lésbicas funcionam bem em todo o conjunto de instituições sociais e relacionamentos interpessoais.

É importante perceber a herança da ideia de homossexualidade como doença e a influência dessa situação no imaginário popular. Mitos como "o homossexual é pervertido, sem caráter, promíscuo, degenerado" e daí por diante se originaram da associação do pensamento religioso pré-desenvolvimento científico, mantido até os dias atuais em muitas correntes, ao pensamento (equivocado) da psiquiatria e psicologia da segunda metade do séc. XX, fazendo um enorme estrago na mentalidade popular e originando inúmeros preconceitos (MOREIRA, 2012, P. 127).
homossexualidade sob a otica do espirito imortal

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