Desobrigação da 'sublimação sexual' compulsória

💭 Estudando a Homoafetividade com Andrei Moreira 

Desobrigação da 'sublimação sexual' compulsória

Desobrigação da 'sublimação sexual' compulsória

Muitos afirmam que o homossexual deveria sublimar compulsoriamente as energias sexuais, dedicando-se às artes, a trabalhos criativos, à jardinagem, etc.
A sublimação da energia sexual, no entanto, representa processo de maturidade evolutiva de todo ser humano que se desprende consciente e naturalmente da matéria, dando lugar a expressões mais sublimes da energia sexual criadora, no processo cocriativo em nome de Deus. 
A condição de abstinência forçosa em função da homossexualidade talvez fosse mais fácil e constituísse realidade mais concreta na época em que a obra (Vida e Sexo) foi escrita, no final da década de 60 do século XX, em que vigorava repressão sexual mais intensa, quando os indivíduos homossexuais, ou mesmo as mulheres heterossexuais, não tinham possibilidade de comunhão afetiva e sexual livre, segundo seus interesses.
No mundo moderno essa não é mais a realidade. Muito pelo contrário, hoje a aceitação social da homoafetividade e o estímulo à sua vivência são muito grandes, dados os avanços na conquista dos direitos pessoais e coletivos das pessoas e comunidades homossexuais. 
Isso, contudo, não impede que o indivíduo aproveite a experiência dos conflitos psicológicos da homossexualidade para dedicar-se à sublimação consciente da energia sexual, caso essa seja a sua decisão íntima, dedicando-se ao bem coletivo, o que poderá trazer-lhe enormes benefícios, assim como aos heterossexuais que por isso decidam, conforme explica Emmanuel, desde que vivido com consciência e maturidade, pois se trata de verdadeira luta interior.
No entanto, não se deve utilizar dessa possibilidade para prescrever a todos os homossexuais a ausência de contato afetivo ou sexual, como se esse contato fosse deletério e como se todos estivessem prontos para a experiência da sublimação e o simples fato de ser homossexual condenasse o sujeito a essa experiência. 
Muito pelo contrário! Uma boa parte não só não está pronta para a sublimação como é egressa de um passado de abusos sexuais e só muito vagarosamente conseguirá a reeducação, assim como a maioria dos heterossexuais.
Além disso, a relação afetiva e sexual que busca o equilíbrio, de acordo com os limites, as possibilidades físicas e psicológicas de cada um, na presença do amor, em seus diversos níveis e expressões, é um caminho de consquista afetiva e progresso acentuado, independentemente da natureza e da relação.
O discurso de abstinência forçosa tem afastado muitos homossexuais dos agrupamentos espíritas e da religião em geral, por não se sentirem nem inclinados nem desejosos dessa atitude, que lhes parece sem lógica quando generalizada.
Necessário se faz compreender, que nesse e em outros pontos, não cabe ditar regras gerais para os indivíduos que vivam a orientação afetivo-sexual homossexual, e sim acolher a todos, ofertando o conhecimento racional da Doutrina Espírita, a fim de que cada um decida o que é melhor e adequado para si, o que é suportável com equilíbrio e o que sua consciência lhe dita como sendo o certo ou o errado em sua vivência pessoal (MOREIRA, 2012, P. 199-202).
homossexualidade sob a otica do espirito imortal
  

Referência


MOREIRA, Andrei. Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal. AME Editora. Belo Horizonte/MG, 2012.


Comentários

Anônimo disse…
o sexo sempre foi um tabu na sociedade sendo assim um ato de perversidade se os homossexuais nao tem direito de viver a sua vida afetiva e sexual se isso nao seja a sua vontade o que adianta viver.Apenas os heterossexuais tem dieito de viver uma vida plena? por exemplo eu faço a vontade da minha familia, a vontade da sociedade sempre a sociedade agora temos que da satisfaçoes da nossa vida pra sociedade como se isso fosse decisao da sociedade eu faço a vontade da minha familia e da sociedade e eu como eu fico ninguem pensa em mim uma visao egoista dos heterossexuais.
Olá, boa tarde.

Por isso se tem frisado tanto a necessidade de uma educação para a alteridade. Mostrar que as diferenças são naturais e os direitos de uma vida plena iguais.

O conhecimento da humanidade tem avançado muito. O progresso das ideias e as mudanças a partir deste progresso são inevitáveis. Aos poucos, e a seu tempo, as mentes vão se abrindo para as possibilidades novas da vida.

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