Ânima e Ânimus no ser humano e no Cristo Jesus

Ânima e Ânimus no ser humano e no Cristo Jesus

A minha Ânima e o meu Ânimus saúdam a sua Ânima e o seu Ânimus.

Olá pessoal Arco-íris (agora já nem sei se com a reforma ortográfica esse hífen permanece ou sai da escrita, mas bora em frente, depois olhamos isso e nos adaptamos rsrsrs).

Ânima e Ânimus dizem das polaridades feminina (Anima) e masculina (Animus) que, durante os processos reencarnatórios (ora como homens, ora como mulheres) vamos desenvolvendo, no processo natural de evolução do nosso espírito, até adquirirmos a plenitude das habilidades que cada polaridade nos proporciona e sermos capazes de exteriorizar essas habilidades, independente dos corpos que estejamos habitando em cada encarnação. 

Esse comentário é fruto de alguns anos de estudos espíritas independentes e, portanto, não consigo trazer aqui agora muitas fontes de referência, mas quem acompanha essa temática sabe do que estamos falando.

Uma observação do Blog e talvez uma contribuição ao pensamento empático sobre o assunto (retirados todos os pré conceitos que circulam no meio espírita convencional sobre isso), é o de que a comunidade LGBTQIA+ é aquela que, no momento, experiencia de forma bastante vívida esse encontro marcante das características de ambas as polaridades no ser. 

É sabido, pela literatura de Andrei Moreira e suas referências, que o nosso espírito, ao transitar por várias encarnações pelas duas polaridades, vai somando caracteres de ambas e perdendo o exclusivismo em apenas uma delas, de forma que, com o tempo, externamos o patrimônio de habilidades e caracteres adquiridos. 

Aquela 'menina machinha', aquele cara 'todo feminino' e toda a comunidade trans podem ser entendidos como espíritos que já viveram diversas experiências tanto em uma polaridade como em outra, ânima e ânimus, e trabalham na atual encarnação a soma do patrimônio que adquiriram, e, ao adentrar o saber espírita, compreender que este patrimônio natural lhes convida a ver com naturalidade a si mesmes e ao processo evolutivo pelo qual transita.

E por que tudo parece "anormal"? Por que estamos em um mundo de padrões que foram socialmente construídos em outras direções que não esta, de uma visão integral, holística e evolutiva/reencarnacionista do ser. 

Padrões que, atualmente, começam a passar por flexões, devido ao posicionamento dos grupos e movimentos sociais, que vão mostrando as diferenças, mostrando a diversidade e construindo os seus espaços, rompendo estes padrões até então vigentes. 

Diversidade e Alteridade vão se tornando, aos poucos, palavras comuns a nossos vocabulários.

O texto abaixo, retirado do livro 'Desperte e seja Feliz", de Joanna de Ângelis, diz da plenitude da vivência das polaridades ânima e ânimus em Jesus, considerando-O como Ser que transitou por todas as etapas evolutivas anteriores ao estágio de Espírito Superior no qual Se encontra:

Ânima e Ânimus no ser humano e no Cristo Jesus

O HOMEM JESUS 

No atual estágio da Psicologia profunda, um estudo da personalidade de Jesus não se torna conclusivo, por ausência de agudeza, recursos técnicos e profundidade de entendimento da Sua respeitável Doutrina, que vem abrindo expressivos espaços em torno da compreensão da criatura humana integral.

O Homem de Nazaré transcende as dimensões da análise convencional, pelo menos nos termos do pensamento que se deriva das belas, mas não concluídas, por enquanto, contribuições freudianas. 

Examinada a criatura apenas do ponto de vista da libido, as raízes da observação encontram-se fixadas nas heranças animais, nos impulsos reprodutores, perdendo-se no primitivismo... 

Por outro lado, as propostas que se derivam dos arquétipos junguianos vão apenas até as origens do inconsciente coletivo nos primórdios da evolução animal... Ambos os conceitos, portanto, são insuficientes para penetrar na essência da causalidade do ser, na sua realidade espiritual, precedente às manifestações no plano físico terrestre. 

Jesus transcende, desse modo, os estágios do processo de evolução na Terra, porquanto Ele já era o Construtor do Planeta, quando sequer a vida nele se apresentara.

Limitá-lO nas estreitas linhas psicológicas do ânima como do ânimus, ou simultaneamente, seria cingi-lO a limites do entendimento analítico em forma definitiva, aprisionadora. Numa visão de Psicanálise perfunctória, poder-se-ia situá-lO como sendo uma síntese de ambas as polaridades em harmonia emocional, resultando em equilíbrio fisiológico, retratado no homem que se superou, tornando-se Modelo e Guia para toda a Humanidade. 

As fontes disponíveis para a coleta de dados e análise profunda são as narrações evangélicas, insuficientes, pelo referir-se aos Seus ditos e ações mediante linguagem especial, às vezes vitimada por interpolações, deturpações, enxertos perniciosos, que lhes descaracterizam a exatidão. 

Não se encontram relatos históricos, dados precisos, porém informações, algumas delas fragmentárias. De todo o acervo, no entanto, se depreende haver sido Ele incomum. Sua energia expressava-se com brandura. Sua bondade manifestava-se sem pieguismo. Sua coragem exteriorizava-se como valor moral que nada temia. 

Seu amor abrangia todos os seres, sem deixar-se arrastar pelos sentimentalismos banais e desequilibrados. Sua sabedoria irradiava-se, sem constranger os ignorantes. Sua gentileza cativava, sem deixar distúrbios na emoção do próximo. Era severo, não brutal; afável, não conivente; nobre, não orgulhoso; humilde, não verbal. NEle coexistem as naturezas psicológicas ânima e ânimus em perfeita sintonia. 

No Sermão da Montanha, Sua natureza ânima consolou e espraiou esperança; no Gólgota, Sua expressão ânimus alcançou o máximo, após as rudes e profundas experiências daquelas horas, que se iniciaram na solidão do Horto e se prolongaram até o momento da morte. 

Faltam, portanto, parâmetros, paradigmas para penetrar o pensamento de Jesus e entender-Lhe a vida, rica e enriquecedora, complexa e desafiadora. De uma forma geral, talvez mais simples, quiçá profunda, a Psicologia poderá mergulhar no Seu pensamento para entendê-lO através das Suas próprias palavras, caso logre compreendê-las: 

— Eu sou o pão da vida... 

— Eu sou a porta... 

— Eu sou o caminho... 

— Eu sou o bom pastor... 

Somente indo até Ele e deixando-se penetrar pela Sua Realidade, poderá a Psicologia profunda entendê-lO sem O definir, estudá-lO sem O limitar. 


Lindo, neah!! Pois é bees, façamos as pazes com nossas aparentes oposições ânima/ânimus, cientes de que estamos em um rico processo de autoconstrução e evolução, como seres espirituais que somos!

Abraços e até mais!!!

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Referência

Ângelis, Joanna de (Espírito); Franco, Divaldo Pereira (Médium psicógrafo). Desperte e seja feliz. Salvador: LEAL, 2013. (Série Psicológica, volume 7) 136p. ISBN: 978-85-61879-90-7. Disponivel em: <Joanna_de_Angelis__Desperte_e_Seja_Feliz.pdf (comunidades.net)>. acesso em 21 ago. 2023.




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