Travestis e Transexuais nas diversas culturas

 Estudando Transexualidades com Andrei Moreira - Travestis e Transexuais nas diversas culturas

Os gêneros sexuais são entendidos e vivenciados de formas diferentes, porém com alguma similaridade, em diferentes culturas.


Na cultura da Ilha Samoa, por exemplo, existem os fanfines, indivíduos do sexo "masculino" que desde cedo são escolhidos por suas famílias e induzidos a manifestar o gênero transexual, com funções definidas de trabalho pesado e dedicação à família.
 as aspas em 'masculino' são por nossa conta uma vez que entendemos essa denominação como algo posto socialmente e acreditamos que o sexo pertence ao ser que o possui. 

Assim, um pênis pode ser sexo feminino se a pessoa que o possui assim se identifica; assim como uma vagina pode ser sexo masculino, se a pessoa que a tem assim se identifica. A mesma regra sendo válida para os corpos como um todo. 

Continuando a citação de Andrei Moreira:
Cada família dessa ilha tem de um a dois fanfines entre seus membros. São considerados o terceiro sexo, nem homem nem mulher, e podem ter comportamento bissexual. Quando se relacionam com o mesmo sexo, isso não é considerado relacionamento homosexual por essa sociedade, e sim heterossexual, por se tratar de relacionamento entre diferentes gêneros. Segundo estudos antropólogicos, nessa cultura os homens locais geralmente iniciam a vida sexual com os fanfines.


Na Índia, no Paquistão e em Bangladesh, encontram-se os hijras, que formam uma casta específica e se assemelham às travestis ou às transexuais no Brasil.
Podem ser hindus ou mulçumanos.

Segundo a Wikipédia, na cidade de Varanasi, ao norte da Índia, entre os hijras e os jankhas ocorrem rituais de castração ou homens se vestirem como mulher, situações que são aceitas e explicadas culturalmente. (...) 

Em algumas regiões do México são encontrados os muxes, pessoas que compõem o chamado terceiro sexo e que não se definem nem como homens, nem como mulheres. (...)

No norte da Albânia, entre os montenegrinos e alguns outros grupos étnicos dos Balcãs ocidentais, local onde se encontram comunidades predominantemente muçulmanas, vige um rígido código de conduta no que se refere aos papéis de homens e mulheres na sociedade.

Algumas mulheres, virgens, podem fazer um voto de castidade perante a família, passando, desde então, a assumir a identidade do sexo oposto, na maneira de se vestir e de se comportar, tendo, inclusive, o seu nome trocado. Elas passam, então a ser chamadas de virgens juradas. Tais pessoas passam a ter o direito de chefiar e conduzir a família, com as prerrogativas de homem, e devem passar a vida sem nenhum relacionamento (...)


Na Malásia, são igualmente reconhecidos cinco gêneros que recebem nomes próprios e aceitação popular. O curioso é que existe a crença de que todos os gêneros

devem conviver e coexistir pacífica e complementarmente. O sacerdote deve ser sempre um indivíduo hermafrodita ou transexual, que terá poderes sagrados e papel relevante perante a comunidade. Possui aparência andrógina e comportamento particular, dirigindo os rituais de fertilidade tradicionais nessa sociedade.

Pode-se observar, assim, que as diferentes culturas atribuem diferentes valores e interpretações em relação aos gêneros sexuais, com distintos significados antropológicos, bem como repercussões morais e sociais que merecem estudo e reflexão (MOREIRA, 2017).
Referências


Espiritismo TV. Andrei Moreira. Disponível em: <https://www.espiritismo.tv/Vocabulario/andrei-moreira/ . acesso em 2019

MOREIRA, Andrei. Transexualidades sob a Ótica do Espírito Imortal. AME Editora. Belo Horizonte/MG, 2017.



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