Jogo de comentários em postagem espírita sobre Homossexualidade

Pessoa 01: A Doutrina Espirita Kardecista não é a favor do homossexualismo, ela explica o porque, dando respostas verídicas as questões que afligem muitos. ela simplesmente aceitam as pessoas do jeito que elas são,orientados-as ao caminho Correto (do bem) e ao conhecimento da moral de Cristo.

Resposta 01: O espíritismo não é a favor ao homossexualismo??? É como colocar a doutrina no mesmo patamar dos evangélicos e católicos... O espíritismo não é a favor mas "aceita" frequentadores homossexuais... Para mim não muda em nada em relação as outras doutrinas é somente uma máscara para não dizer que não é uma doutrina punitiva e que exclui. 

Frequento um centro " espiritualista" de cuio kardecista mas não me considero espírita. Sou médium ostensiva e com muita alegria o plano espiritual não faz essa distinção a meu respeito por ser bissexual e conta comigo para diversas atividades de caridade e respeito ao próximo... Ao contrário de casas kardecistas ortodoxas que não abrem espaço de trabalho para médiuns homossexuais.

Resposta 02: Já fui muito preconceituosa, hoje acredito estar me reeducando quanto a isso... Hoje frequento e faço estudo do livro dos espíritos. Já aprendi e escutei em palestras e nos estudos: o espiritismo não te proíbe de nada, todos nos temos o livre arbítrio e cada um é responsável por seus atos, não os dos outros, eu tenho que me preocupar com o que eu faço, com o meu melhoramento como ser humano, praticando a caridade sempre e principalmente não julgar os outros, até porque cada um é responsável por si e terá a lei do retorno, da causa e efeito, do plantar hoje e collher amanhã. Pensando assim, homossexuais, bissexuais, errados ou não terão o seu retorno nesta ou em outra encarnação.

Resposta 03: Associar homossexualidade, bissexualidade e transgeneridades à lei de retorno soa meio estranho, é como afirmar nas entrelinhas que estamos errados e seremos "punidos' pelo nosso "erro". A produção espírita atual sobre o tema busca exatamente dissociar essas ideias, conferindo à diversidade humana sua real naturalidade, promovendo uma educação para o diverso e possibilitando a cada indivíduo a vivência sadia de suas particularidades, sem medos internalizados devido ao preconceito cultural de até então.

Resposta 04: Você parafraseou Divaldo Franco em sua fala: “O Espiritismo, de forma alguma, é contra a estrutura homossexual do indivíduo, não estando de acordo, porém com a pederastia, ou seja, a entrega do homossexual aos hábitos e práticas perturbadoras, o que é muito diferente.” Mas pederastia é prática sexual entre um homem e um rapaz mais jovem ou homossexualidade masculina. 

Ele fala bonito, mas essa fala fica sem sentido. Porque amar deveria ser uma obrigação do ser humano, mas venhamos e convenhamos, num relacionamento a dois é quase impossível não haver sexo. E concordo com Gilberto que “O amor ao próximo não pode ser confundido com promiscuidade.” E com Eterno Aprendiz, quando diz: “o incentivo a homossexualidade, pode estar ajudando a um espírito a perder uma oportunidade de evolução num dos quesitos de sua vida presente.” 

A obrigação do espírita era bater a real e dizer o que os relacionamentos sexuais promíscuos afetam a espiritualidade, sejam eles homo-afetivos ou hétero e que o objeto maior do espiritismo é a reencarnação e essa não ocorre sem a procriação. Se você nasce mulher ou homem é porque precisa evoluir no gênero que está, negar o estar trás consequências ao espírito sim. 

E os espíritas que apoiam ou dizem que não tem nada haver e que todo modo de se relacionar é válido, é porque ou não conhece profundamente a doutrina espirita ou é homossexual e quer encontrar brechas na lei.

Eu li esse comentário num site e gostei vale a pena ler!

Resposta 05: Ei xxxxx, somente agora tive um tempo para navegar pelas contribuições á página e ler a sua resposta. Quando a gente lê comentários de terceiros em sites e os reproduz corre o risco de reproduzir pré noções e valores daqueles que ali se posicionaram. 

Sou sempre a favor do estudo independente e aprofundado das questões antes de opinar sobre elas, sabe? Há alguns anos me debruço sobre a temática LGBT no espiritismo e concordo com as correntes progressistas de que a linguagem do amor, acolhida e aceitação às diferenças deve ser difundida porque a humanidade caminha para nova era de encontro fraterno consigo mesmo e com os demais. 

Não há como implantar uma Nova Era se ainda há preconceitos tão gritantes contra uma parcela significativa da humanidade. Tanto quantos se colocarem a serviço em prol de tal causa serão bem vindos ao todo. Sobre o sexo homossexual, em 1970 nosso querido Chico já dizia que nem todos estão no mundo para contribuir procriando e que o sexo, em suas várias formas de manifestação, não significa condenação para o homem/humanidade e sim ferramenta para desenvolvimento, segundo o planejamento reencarnatório de cada espírito. 

Toda forma de amor, de sexualidade e de transar são sim válidas. E sim, somos homossexuais, bissexuais, transexuais, transgêneros, andróginos, estudando a fundo a questão e afirmando que todos os setores lúcidos e pessoas lúcidas da sociedade atual concordam que há necessidade de implante de uma nova consciência, livre dos padrões culturais estabelecidos e disposta a novos conhecimentos, porque é assim que o progresso dos espíritos se processa. Abraços querida!

O diálogo deixa evidente duas mentalidades: uma pautada numa dogmatização do saber espírita e outra progressista, defendendo a tese de que o progresso dos espíritos/humanidade se dá através da quebra de paradigmas rumo a novas aquisições de saber e comportamentos. Um do interlocutores, na resposta 04, chega a usar A Lei (saber maior que conduz a vida espiritual) para justificar os saberes que até então são dominantes no movimento espírita. 

Este tipo de posicionamento discorda da própria Doutrina Espírita, quando os Espíritos informam a Kardec e este reafirma em suas obras (base doutrinária) a necessidade de estudo constante e atualização do saber, observando-se as tendências históricas e a evolução do saber científico. Deixa claro que o saber é gradativo e o espírita deve estar aberto a esta gradação. 

Em nenhum momento o espiritismo, em suas bases, coloca verdades absolutas, cristalizadas e não passíveis de revisão no que se refere ao homem terreno, seu comportamento, seu saber. Pelo contrário há constante orientação para revisão de conceitos. 

Espiritismo não é dogmatismo. A evolução progressiva dos espíritos se dá a partir de constantes desconstruções do conceito velho, do saber velho, rumo a novas aquisições das consciências.  

A LEI é que haja progresso, constantemente.

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