Moda Sem Gênero


Como pessoa agênerx fico com atenção atenta a tendências que vão surgindo a nosso redor que ajudam a promover o respeito e valorização da diversidade humana. 

Quando vejo tendências que pautam para a fraternidade entre as pessoas faço logo aquele link que acredito que todo espírita faz: "olha o Mundo de Regeneração avançando e a vida ficando melhor para todas as identidades individuais".

Encontrar coisas que valorizam as pessoas agêneras e andróginas é o máximo por que nós somos a minoria da minoria da minoria. Hahahaha. 

O meu texto, então, analisa a nova tendência para vestuários que tem a intenção de promover o respeito a nossas identidades; é a moda sem gênero.

Cada vez mais as agências de produçao de vestuários vem lançando vestes que podem ser adotadas por qualquer individualidade, sem padroniza-las segundo o gênero das pessoas.

A primeira chamada que encontrei a esse respeito foi no site de compras Mercado Livre, onde aparecem as opções de compra de roupas sem gênero, masculino e feminino. 

Movidx pela curiosidade entrei em outros sites pela net para conhecer melhor essa tendência. No site ObservatórioG  a autora Ketrin Carvalho comenta sobre a sessão de moda agênero do Mercado Livre:

Fonte: Google Imagens
A moda é um tema que causa controvérsia. Na verdade, muitos reclamam de não conseguir se encaixar nos ditames estabelecidos pela indústria. Ou seja, reclamam da falta de representatividade. Desse modo, o Mercado Livre tenta trazer uma inovação. 
“Como líderes do comércio eletrônico decidimos sair na frente. Acreditamos que um mundo sem rótulos é um mundo melhor, e as marcas de moda que se identificam com esse posicionamento estão super convidadas a participar dessa iniciativa conosco”, destaca Cristina Farjallat, diretora de Marketplace do Mercado Livre no Brasil.
Em resumo, este é um segmento que está crescendo, mas, um crescimento bem paulatino. Nesse sentido, necessita do apoio de interessados para que alcance cada vez mais visibilidade.
O lançamento da seção de Moda sem Gênero faz parte da comemoração de 20 anos do Mercado Livre, assim como o recente lançamento de uma seção de Produtos Sustentáveis.
Para divulgar Moda sem Gênero, o Mercado Livre, junto com a GUT agência de Publicidade, criou um filme, que começa a ser exibido hoje em TV Paga e mídia online e que convida outras marcas a se juntarem ao Mercado Livre nessa iniciativa.
A campanha conta também com mídia offline (relógios de rua; abrigos de ônibus e mobiliário urbano em estações de metrô) nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro (CARVALHO, 2019).
No site 'Jornalismo Especializado' as autoras   Michelle Albuquerque e Érika Turci dizem o seguinte sobre o tema:


O conceito está ligado a uma busca constante pela quebra
Moda Sem Gênero
Fonte: google Imagens
de estereótipos e conceitos pré-estabelecidos e incentiva que as pessoas vistam-se de acordo com sua personalidade e estilo próprio.

Engana-se quem pensa que é um conceito novo no mundo da moda, segundo uma publicação do IBB (Instituto by Brasil), ONG de pesquisa em moda brasileira, o gênero não é uma novidade para os estilistas e seu ponta pé inicial aconteceu com a renomada estilista Coco Chanel em 1920. Ela foi a pioneira na questão quando introduziu peças exclusivamente masculinas em seus desfiles, como calça pantalona e camiseta bretã listrada, que era comum entre os marinheiros.
E, o que aconteceu no salto de tempo entre 1920 e 2017, e porque o agênero está em alta agora no mundo da moda? O movimento está explorando a fluidez dos gêneros e buscando cada vez menos delimitá-lo, como ocorreu durante muitos anos de desenvolvimento de coleções estritamente femininas ou masculinas. Mas, não é uma mudança simples, tampouco rápida. 
Para a produtora de moda, Carlla Luongo, a moda está sempre em busca de mudanças de comportamento da humanidade frente ao contexto que está inserida. Ela afirma que a atual geração é a que, depois de décadas, veio a questionar sobre os gêneros. E a moda, que é a mais pura forma de expressão, veio a questionar isso também. “Saia e t-shirt em homem? Camisa larga em mulher? Porque não? […] Moda agênero não leva em consideração o genêro, o que vale é a forma de expressão do seu estilo de vida, do seu humor” explica.
O estilista Fabiano Torino acredita que a moda agênero vai além de um tendência, ela é um estilo de vida que está fazendo história: “Reflexo da sociedade atual, jovens mais críticos, pensadores, que questionam, debatem. Não só a vestimenta como o mundo a sua volta” complementa. Reitera que o movimento não é algo novo para o mundo da moda e alguns estilistas e marcas internacionais sempre tiveram essa visão na hora de criar. A principal diferença, segundo o estilista, é que hoje em dia se tem uma liberdade maior de criação.
A moda agênero é feita para ser neutra, com um campo livre de experimentação, em que a partir de uma peça de roupa, o consumidor atue como o principal significante dela, destaca Nilo Lima e Yágda Hissa, designers de moda e criadores da marca PANGEA. Para eles, quem usa a peça é quem dita qual gênero ela terá. O objetivo é que elas não tragam modelagens trabalhadas para vestir melhor em corpos femininos ou corpos masculinos, que ela seja uma modelagem feita para todos os tipos de corpos (ALBUQUERQUE; TURCI, 2017).
No meio acadêmico também podemos encontrar diversas pesquisas em que os autores buscam questionar o padrão de vestimentas, de forma a misturar as tendências dentre as possibilidades de corpos. Selecionei para enriquecer esse texto o Trabalho de Conclusão de Curso - TCC - de Antônio Zani Neto, agora Graduado em Tecnologia em Desing de Moda, pela Tecnológica Federal do Paraná (👏👏👏👏👏👏). 

Este autor discute como vestir os corpos de modo que a roupa não tenha um padrão previamente ditado, fechado, definido, segundo a identidade socialmente colocada para homens e para mulheres. Zani desenvolveu uma coleção incrível.

Abaixo trago para vocês o Resumo de seu trabalho, a delimitação do projeto e o nome da coleção (que simplesmente amei)
Durante a elaboração desse projeto buscou-se melhor entender o conceito de gênero, com o objetivo de aplicar os conhecimentos obtidos em uma coleção de produtos de moda que fuja aos padrões sociais direcionados a questão. Tendo em vista os quesitos técnicos e estéticos necessários para o desenvolvimento de um produto de vestuário que sirva em ambos os corpos, masculino e feminino, e queresponderá o problema central deste estudo que é: como desenvolver um vestuário que sirva tanto em um corpo masculino quanto feminino. Foi utilizada para essa pesquisa a metodologia bibliográfica e qualitativa para maior familiaridade com o tema (NETTO, 2016, p. 04)
4.4.1 Delimitação do Projeto
O projeto busca atender às necessidades identificadas do público-alvo referentes aos aspectos estéticos sobre especificações e sem padrões de gêneros no vestuário. O projeto também atende a requisitos técnicos de modelagem para corpos masculinos e femininos (NETTO, 2016, p. 56). 
4.4.2.1 Nome da Coleção
This is not profane.
4.4.2.2 Conceito da coleção
A coleção da marca Antônio Zani Clothing Verão 2017 tem como inspiração a arquitetura, que possui diversos significados e simbologia, da Igreja Catedral Basílica Menor Nossa Senhora da Graça, apesar da arquitetura pósmoderna ainda seguir os princípios tradicionais da igreja em uma filosofia que não aprova o conceito de ideologia de gênero.
Portanto a coleção This is not profane, que em tradução do inglês significa “Isso não é profano”, propõe o conceito de respeito à diversidade e aceitação sem condenação e julgamento. Pois todos somos filhos do mesmo Deus (NETTO, 2016, p. 56). 
Nas páginas 63 a 99 o autor traz os croquis de modelitos - e suas justificativas - propostos em sua coleção.  Trouxe alguns para o Blog. Vejam o trabalho completo seguindo o link.

Coleção Antônio Zani Clothing Verão 2017

Coleção Antônio Zani Clothing Verão 2017

Coleção Antônio Zani Clothing Verão 2017

Coleção Antônio Zani Clothing Verão 2017

 Legal, neh?!!! 💜💜💜💜

É interessante quando os estilistas comentam que havia o desejo, por parte deles, de criar coleções que não estivessem fechadas no padrão binário de gêneros, mas a sociedade não os permitiria; e que o avanço desta tendência na atualidade se dá devido ao fato de que as pessoas estão buscando ser mais livres dos padrões estabelecidos, estão mais críticas.

Para nós, que analisamos a realidade a partir da ótica espírita, é bastante óbvio que estas mudanças aconteçam com o passar do tempo, uma vez que sabemos que a humanidade progride em experiências, em conhecimento. Tornar-se mais crítico, propositivo e ator de sua própria consciência é uma tendência do Espírito em sua marcha evolutiva. 

Nesse contexto, permitir-se 'coisas novas' é o caminho para o próprio progresso. Fechar-se em velhas tendências se configura como um estado de estacionamento, que cedo ou tarde despertará, também, para o Progresso. 

Com isso concluímos que as mudanças são inevitáveis e irrefreáveis, uma vez que fazem parte de um processo maior no contexto de vida enquanto Espírito.



Referências

ALBUQUERQUE, Michele; TURCI, Érika. Moda Agênero: Liberdade, Diversidade e Respeito com muito estilo. Disponível em: <https://jornalismoespecializadounesp.wordpress.com/2017/01/30/moda-agenero-liberdade-diversidade-respeito/>. Acesso em 19 de out. de 2019.

CARVALHO, Ketrin. Mercado Livre lança sessão de moda sem gênero. Disponível em:<https://observatoriog.bol.uol.com.br/noticias/mercado/2019/09/mercado-livre-lanca-secao-de-moda-sem-genero>. Acesso em 19 de Out. de 2019.

NETTO, Antonio Zani. Moda sem gênero: um estudo para a busca de quebras de paradigmas relacionados às vestimentas. 2016. 165 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) — Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Apucarana, 2016. Disponível em: <http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/handle/1/10954>. Acesso em 19 de Out. de 2019

Comentários

Postagens mais visitadas