Allan Kardec - junho de 1856 - O livro dos espíritos

Allan Kardec - junho de 1856 - O livro dos espíritos

Você esbarra por aí com os ensinamentos espíritas e não sabe bem de onde vieram? Fica se perguntando quem 'inventou' tudo isso? Ouviu os comentários negativos de outras religiões sobre Allan Kardec? 


Então esta série de postagens vai te auxiliar a compreender melhor como surgiu o espiritismo, o ue pensava Allan Kardec no contexto dos fenômenos espíritas que surgiram na Europa do Sec. XIX e como ele codificou a doutrina espírita.
Boa leitura Bees.

O título O diário de Alan Kardec vem para esta postagem porque compila textos do livro Obras Póstumas em que o autor descreve a sua experiência com os fatos que o levaram a descobrir/definir/identificar uma nova doutrina: o espiritismo.

17 de junho de 1856 

(Em casa do Sr. Baudin; médium: Srta. Baudin) 

O LIVRO DOS ESPÍRITOS 

Pergunta (à Verdade) — Uma parte da obra foi revista, quererás ter a bondade de dizer o que dela pensas? 

Resposta — O que foi revisto está bem; mas, quando a obra estiver acabada, deverás tornar a revê-la, a fim de ampliá-la em certos pontos e abreviá-la noutros. 

P. — Entendes que deva ser publicada antes que os acontecimentos preditos se tenham realizado? 

R. — Uma parte, sim; tudo não, pois, afirmo-te, vamos ter capítulos muito espinhosos. Por muito importante que seja esse primeiro trabalho, ele não é, de certo modo, mais do que uma introdução. Assumirá proporções que longe estás agora de suspeitar. Tu mesmo compreenderás que certas partes só muito mais tarde e gradualmente poderão ser dadas a lume, à medida que as novas ideias se desenvolverem e enraizarem. Dar tudo de uma vez fora imprudente. Importa dar tempo a que a opinião se forme. Toparás com alguns impacientes que procurarão empurrar-te para diante: não lhes dês ouvidos. Vê, observa, sonda o terreno, dispõe-te a esperar e faze como o general cauteloso que não ataca, senão quando chega o momento favorável. 

NOTA — (Escrita em janeiro de 1867) — Na época em que essa comunicação foi dada, eu apenas tinha em vista O Livro dos Espíritos e longe estava, como disse o Espírito, de imaginar as proporções que tomaria o conjunto do trabalho. 

Os acontecimentos preditos só decorridos muitos anos teriam de verificar-se, tanto que neste momento ainda não se deram. As obras que até agora apareceram foram publicadas sucessivamente e eu fui induzido a elaborá-las, à medida que as novas ideias se desenvolveram. Das que restam por fazer, a mais importante, a que se poderá considerar a cúpula do edifício e que, com efeito, encerra os capítulos mais espinhosos, não poderia ser publicada, sem prejuízo, antes do período dos desastres. 

Eu, então, um único livro via e não compreendia que esse pudesse cindir-se, enquanto que o Espírito aludia aos que teriam de seguir-se e cuja publicação prematura apresentaria inconvenientes. “Dispõe-te a esperar, disse o Espírito; não dês ouvidos aos impacientes que procurem empurrar-te para diante.” 

Os impacientes não faltaram e, se eu os escutara, teria atirado o navio em cheio nos arrecifes. Coisa estranha! ao passo que uns me incitavam a andar mais depressa, outros me acusavam de não ir tão devagar quanto devia. Não dei ouvidos nem a uns, nem a outros, tomando sempre por bússola a marcha das ideias. De que confiança no futuro não me enchia eu, à proporção que via realizar-se o que fora predito e que comprovava a profundeza e a sabedoria das instruções dos meus protetores invisíveis!

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