Revisão de material educativo espírita que envolva tema LGBT



Texto BA: Crítica ao material "educativo" espírita sobre homossexualidade e transgeneridades

Pessoal, precisamos estar atentos ao material educativo que circula no meio espírita falando a nosso respeito. Sem dúvida é nosso papel apontar aos "educadores" espíritas de então os pontos em que falham em relação a nós, nossa realidade íntima, nossa pessoalidade, individualidade, exposta de forma errônea a jovens e adultos, LGBTs ou não. 


material incita homotransfobia
Vejam esse recorte de slide que foi apresentado em uma palestra do Movimento Espírita Auta de Souza. 

Somos LGBT, somos dos diversos grupos de movimentos da FEB e Auta de Souza e nos sentimos feridxs com textos desta natureza. 

Vão continuar a agir desta forma, em nossa presença? 

A crítica que fazemos a materiais como este se relaciona a sua clara desatualização, pois a ciência moderna já aponta a naturalidade da homossexualidade e as transgeneridades, intersexualidades, enfim, estão em acelerado processo de despatologização, com base em estudos genéticos que atestam a existência de 41 possibilidades de combinações entre os cromossomos que determinam o ser humano em sua constituição biológica e fenotípica, ou seja, há 41 tipos de corpos e suas formas particulares de expressão, e não apenas dois, como determinado pelo binarismo vigente.

Materiais como estes slides estão presos a visão que se tinha da realidade quando o único meio de averiguação dos indivíduos era observar a olho nu. 

Via-se apenas genitais e comportamentos, o enxergável com o instrumento "olhos". Hoje, com o avanço do instrumental para estudos, em que o mapeamento genético em minúcias é realizado e atesta o indivíduo para além do que se vê a olho nu, é necessário ao Movimento Espírita Brasileiro - MEB - incorporar os novos saberes a seus textos didáticos, uma vez que isto é um dos pressupostos do próprio espiritismo: revisão de seu ponto de vista sempre que os avanços científicos demonstrem novos posicionamentos. 

E quando falamos em ciências nos referimos à medicina, a biologia e às ciências sociais, que vai discutir os novos modelos de famílias, a construção social dos gêneros, a atribuição de papeis segundo o sexo dos indivíduos, enfim... tudo que se refere ao ser em suas relações com o meio, com os outros, tecendo culturas.

Sobre o slide demonstrado na imagem, foi enviado, pelo amigo que assistiu essa palestra, um email aos construtores com o seguinte texto:

"Caríssimos, existe um slide com a palavra HOMOSSEXUALISMO, termo que não existe mais e, ainda pior, associado a desequilíbrio, comparado à prostituição, aborto, enfim. Desequilíbrio é fazer um slide assim, pro Brasil todo, passando uma visão homofóbica sobre a HOMOSSEXUALIDADE, termo correto, que vocês nem se deram ao trabalho de escrever. 

A homofobia na família é que é um problema. Estamos no mês amarelo, já pararam pra pensar quantas pessoas se mataram por conta da homofobia? Pois é, vamos deixar de sermos hipócritas. 

Não podemos deixar que os preconceitos nossos se transformem em material didático. Se parassem 30 minutos para lerem Emmanuel, não teriam escrito aquilo. Já leram Andrei Moreira? Creio que não. Preferem utilizar autores homofóbicos em pele de apoiadores da diversidade. 

A vontade que dá é processar vocês por isso, mas aguardo um pedido de desculpas e a retirada do slide em questão das aulas. Homofobia é crime. Perante Deus e perante o homem. Reflitam. Muita paz."


Precisamos APONTAR constantemente a incoveniência destes materiais ainda em voga. Somente desta forma as novas formas de entendimento serão incorporadas ao Movimento Espírita Brasileiro - MEB.

Contribuição: LGBT espíritas do Estado da Bahia. 

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