Ciência e Diversidade
Pergunta: O que tem feito o meio científico/acadêmico no Brasil a favor da diversidade sexual e de gêneros?
Resposta: Núcleos de pesquisa, Programas de Extensão Universitária
NÚCLEOS DE PESQUISA
Os núcleos ainda são espaços abertos à pesquisa, sendo fundamentais para a promoção da formação humana integral, inclusiva e democrática de minorias sociais no contexto educacional (NOGUEIRA, CAVALCANTI E FERREIRA; 2021).
As mulheres e a comunidade LGBTQIA+ ainda continuam nesta luta enfrentando os resquícios de uma sociedade patriarcal, machista, sexista e heteronormativa, porém vale ressaltar que mesmo diante deste cenário já são notadas conquistas iniciais em termos de implementação de políticas educacionais voltadas às minorias sociais na tentativa de reestruturar a cultura escolar e as concepções de identidade da escola, detectando os principais problemas que envolvem a diversidade.
É nesse momento, em que contribui o surgimento dos Núcleos de Estudos, que se inicia a busca por propostas de ações ao enfrentamento da opressão, violência, evasão escolar, dentre outros problemas sociais e institucionais.
Os núcleos podem ser compreendidos como movimentos de existência/resistência que atuam na representação e defesa do gênero e sexualidade que perpassa o currículo, as práticas educativas e sociais. São importantes ferramentas para a construção de um modelo de ensino transversal, que respeita e acolhe a diversidade.
Nesses espaços, os alunos e alunas são convidados a refletir “fora da caixa” e a conviver com as diferenças. Isso contribui para que todos e todas que fazem parte deste Núcleo cresçam em seu aprendizado enquanto estudantes, profissionais e cidadãos (ALVES, 2019).
Segundo Guerch e Conto (2017), a organização de Núcleos de Estudos que trabalhem com as temáticas de gênero e sexualidade constitui uma estratégia eficaz e sistematizada direcionada ao combate de preconceitos e estereótipos impostos pela sociedade, sendo agentes promotores do reconhecimento destas minorias sociais e da cultura de paz no contexto educacional.
PROGRAMAS DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA
Os programas de extensão universitárias são, de forma simplificada, o meio através do qual a universidade se aproxima da realidade cá fora, se aproxima da população oferecendo cursos, eventos e serviços. Os programas de extensão tem uma função social clara, objetiva, a curto, médio e longo prazo e visam a melhoria da qualidade de vida das pessoas através da educação, da informação, do conhecimento.
Para ilustrar este tópico em nossa postagem de hoje, trouxemos o Programa de Extensão da Universidade de São Paulo - USP, como exemplo. O Programa se chama USP Diversidade e assim descreve a sua atuação:
O Programa USP Diversidade, vinculado ao Programa USP Comunidade da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da Universidade de São Paulo, tem o objetivo de desenvolver ações que estimulem a igualdade, a solidariedade, e fortaleçam a promoção da diversidade e o respeito aos direitos humanos.
Acreditamos que nossa diversidade é uma fonte de inovação que sustenta o intercâmbio de experiências, ideias e debates, e da qual todos os membros da Universidade se beneficiam.
Em seu primeiro momento, o Programa estava mais voltado aos aspectos da diversidade sexual, área que demandava ações mais imediatas. Gradualmente foram, e continuam sendo, incluídos outros segmentos e grupos.
Atualmente o USP Diversidade articula-se com projetos, programas, atividades e grupos já existentes na Universidade para a criação e o fortalecimento de ações e de políticas de diversidade que combatam o preconceito e a discriminação.
Para que nosso compromisso com a igualdade na diversidade resulte em mudanças reais no desenvolvimento individual e institucional, investimos significativamente em ações e atividades para melhorar a compreensão das questões da diversidade.
USP Diversidade desenvolve e apoia ações para:
Promover o fortalecimento dos direitos humanos;
Fomentar a inclusão e a igualdade;
Reduzir a violência, discriminação, desigualdades e preconceitos sociais, sexuais, étnico-raciais e de gênero;
Ampliar a informação e discussão da valorização da diversidade;
Estimular no universitário a produção e gestão de projetos coletivos solidários;
Contribuir para a transformação social, o bem-estar e melhoria da qualidade de vida;
Colaborar para a formação do universitário como cidadão;
Corroborar as ações da Universidade em prol da socialização de seus saberes para transformação e desenvolvimento social;
Apoiar e contribuir com as políticas públicas da diversidade.
O que já existe em cada Estado Brasileiro no sentido de promover a diversidade sexual e de gêneros?
Tema para uma próxima postagem...
Comentários