O que o espiritismo entende por 'fim do mundo'


Reflexões LGBT Espíritas: Superando o medo do 'fim do mundo'

Hello Babies!!! 

Prosseguimos a nossa série reflexiva, trazendo temas comuns de nossa cotidianidade e, ao mesmo tempo, contribuindo para a nossa transcedência enquanto superação da realidade meramente material para crescimento de nossa espiritualidade.

Fundamentandos em saberes adquiridos através dos estudos espíritas kardecistas, vamos trilhando um caminho de superação, clareamento e maiores explicações de ideias e conceitos que até então conhecíamos de outra maneira. E hoje o nosso tema é o tão dito "fim do mundo".

Se você, como eu, tem pouco mais que trinta anos, já sobreviveu a três fins do mundo. E se lembra como a nossa adolescência foi marcada pelo terror desta ideia. Pelo bug do milênio. Pelo 'cometa' que devastaria o nosso planeta lá em meados de dois mil e pouco, recordam-se? E se você é mais jovem, pasmem, nós passamos por tudo isso. Ha ha ha.

Esta ideia de 'fim do mundo', 'fim dos tempos' tem origem na leitura literal do texto bíblico do Apocalipse e é descrito como um momento de cataclisma, antecedido por pestes, terremotos e doenças devastadores. 

Para começo de conversa, pestes e doenças sempre existiram e sempre existirão uma vez que convivemos com vírus e bactérias, no ambiente e nos corpos de animais com os quais convivemos e dos quais nos alimentamos e que, volta e meia, nos transmitem doenças; e não raro na história da humanidade, as pandemias também, como esta do novo coronavírus de agora.

Segundo, terremotos e fenômenos da natureza também sempre existiram e sempre existirão, e quanto mais interferirmos no funcionamento natural do planeta (desmatamento, poluição da atmosfera, assoreamento de rios, etc, etc, etc), mais intensos eles se tornam e transmitem a ideia de revolta da natureza contra a humanidade.

Mas o principal aspecto de nossa reflexão é o conhecimento pautado em estudos espíritas que ajudam a refletir este tema. Em especial no tocante ao 'fim do mundo' como uma série de fenômenos geológicos e astronômicos que culminariam em grandes destruições, a ciência espírita nos esclarece que os grandes eventos geológicos foram fundamentais no passado do planeta, para a construção de sua estabilidade tal como se encontra, possibilitando ao longo de milhões de anos, o surgimento das condições necessárias para o surgimento da vida em formas mais complexas de organização. 

Afirma-se, porém, que na atualidade o ser humano deve estar seguro de que o planeta não mais sofre estes grandes eventos, seja de natureza interna ou externa, ou seja, o sistema planetário está consolidado e serve ao progresso de espíritos (nós mesmxs) em processo de aperfeiçoamento rumo a integração em níveis superiores da existência espiritual (vide este assunto em "O livro dos Espíritos", subtítulo 'Escala espírita').

O texto referência para esta reflexão encontra-se no livro 'A gênese', no subtítulo 'cataclismos futuros (p. 162-163)'. Vejamos os principais recortes:

As grandes comoções telúricas se têm produzido nas épocas em que a crosta sólida da Terra, pela sua fraca espessura, quase nenhuma resistência oferecia à efervescência das matérias em ignição no seu interior. Tais comoções foram diminuindo à proporção que aquela crosta se consolidava. Numerosos vulcões já se acham extintos, outros os terrenos de formação posterior soterraram.

Ainda, certamente, poderão produzir-se perturbações locais, por efeito de erupções vulcânicas, da eclosão de alguns vulcões novos, de inundações repentinas de algumas regiões; poderão do mar surgir ilhas e outras ser por ele tragadas; mas passou o tempo dos cataclismos gerais, como os que assinalaram os grandes períodos geológicos.

A Terra adquiriu uma estabilidade que, sem ser absolutamente invariável, coloca doravante o gênero humano ao abrigo de perturbações gerais, a menos que intervenham causas desconhecidas, a ela estranhas e que de modo nenhum se possam prever.

Quanto aos cometas, estamos hoje perfeitamente tranquilizados com relação à influência que exercem, mais salutar do que nociva, por parecerem eles destinados a reabastecer os mundos, se assim nos podemos exprimir, trazendo-lhes os princípios vitais que eles armazenam em sua corrida pelo espaço e com o se aproximarem dos sóis. Assim, pois, seriam antes fontes de prosperidade, do que mensageiros de desgraças. 
(...) 
Deve-se igualmente lançar ao rol das hipóteses quiméricas a possibilidade do encontro da Terra com outro planeta. A regularidade e a invariabilidade das leis que presidem aos movimentos dos corpos celestes tornam carente de toda probabilidade semelhante encontro.

A Terra, no entanto, terá um fim. Como? Isso ainda permanece no domínio das conjeturas; mas, visto estar ela ainda longe da perfeição que pode alcançar e da vetustez que lhe indicaria o declínio, seus habitantes atuais podem estar certos de que tal não se dará ao tempo deles.

Reflexões LGBT Espíritas: Superando o medo do 'fim do mundo'
Fisicamente, a Terra teve as convulsões da sua infância; entrou 
agora num período de relativa estabilidade: na do progresso pacífico, que se efetua pelo regular retorno dos mesmos fenômenos físicos e pelo concurso inteligente do homem. 
Está, porém, ainda, em pleno trabalho de gestação do progresso moral. Aí residirá a causa das suas maiores comoções. Até que a humanidade se haja avantajado suficientemente em perfeição, pela inteligência e pela observância das Leis divinas, as maiores perturbações ainda
serão causadas pelos homens, mais do que pela natureza, isto é, serão antes morais e sociais do que físicas (KARDEC, p. 162-163).
Segundo o ensinamento dos espíritos cada planeta serve para a evolução ética dos espíritos que alí habitam. Um planeta deixa de existir após cumprida esta função, ou seja, quando os seus habitantes não mais necessitam de encarnações naquele nível de vida, passando o espírito imortal a outras instâncias de vida e vivências. Por isso a afirmação de que sim, o planeta terá um fim, mas isso não se dará enquanto a humanidade estiver nele.

Esta é uma informação que auxilia muitas pessoas a viverem uma espiritualidade de fato equilibrante e alimentadora, livre de medos que fogem ao objetivo de se ter uma espiritualidade (confortar o espírito humano, leva-lo a fruir as belezas e alegrias da vida, como espírito - ou alma, como prefiram dizer - imortal.

Referência

KARDEC, Allan. A gênese. Federação Espírita Brasileira - FEB. Copyright © 1944 by. 53a edição – 1a  impressão (Edição Histórica) – 30 mil exemplares – 6/2013 ISBN 978-85-7328-732-5 Título do original francês: La Genèse, les miracles et les prédictions selon le spiritisme (Paris, 6 de janeiro de 1868). Disponível em: <https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/A-genese_Guillon.pdf>. acesso em jul 2020.

Dica de leitura. O livro dos Espíritos. Disponível em: <https://www.febnet.org.br/wp-content/uploads/2012/07/135.pdf>

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