Joanna de Ângelis: Introspecção e Auto Encontro


Hello Babies.

Prosseguimos a nossa série de reflexões LGBT Espíritas, abordando temas comuns de nossa cotidianidade e ao mesmo tempo buscando a nossa transcedência enquanto seres espirituais que somos. Sempre relembrando a necessidade de alimentarmos a nossa espiritualidade e cuidarmos bem de nossos corpos e trans-corpos (alimentação, hidratação, atividade física, 8 horas de sono, não uso de substâncias que vão prejudicar, creme de pele, maquiagem, glitter, aquele gloss, o que gostarem conforme suas identidades...) right?

Mais uma vez fundamentando a nossa reflexão espírita em Joana de Ângelis, vamos falar sobre introspecção e autoencontro.

Começando pelo autoencontro, que é uma vivência praticamente constante de todxs nós que compomos o mundo LGBTQIA+. A nossa identidade, fixa, ou fluída ou passando por transições, nos coloca em processo de autoconhecimento constantemente, a fim de definir para nós mesmxs quem somos e a partir de quem somos definir o que queremos para a nossa vida. 

Um processo naturalmente conflituoso, uma vez que estamos desfazendo conceitos que não mais cabem em nós, rumo a autenticidade individual, que se estabiliza depois que você chega a uma síntese e conclui: assim sou eu... Neste ponto da vivência do auto encontro, de fato prevalecem a paz de espírito, podem crer; e a construção de projetos de vida.

Reflexões LGBT Espíritas: Introspecção e Auto Encontro
O auto encontro enseja satisfações estimuladoras, saudáveis. Esse esforço deve ser acompanhado pela inevitável confiança no êxito, porquanto é ambição natural do ser pensante investir para ganhar, esforçar-se para colher resultados bons (ANGELIS, 1990, P.30)

Agora chegamos ao segundo ponto da nossa reflexão, a introspecção. Esse termo significa mergulho para dentro de si, reflexão a respeito de suas tendências e sentimentos; daí subentende-se também que, para ter elementos para refletir, você precisa estudar, se informar a respeito dos temas em que precisa crescer, se desenvolver...

E, em Joana de Ângelis, vamos ver que a introspecção não é sinônimo de tristeza, de estado depressivo que causa preocupação aos familiares e amigxs, e sim um processo natural que você pode, tranquilamente, ir coordenando:

A introspecção cria o clima de segurança para a realização de cada ação de uma vez e a vivência de cada minuto no seu tempo próprio. Ajuda a manter a calma e a valorizar a sucessão das horas. A pessoa introspectiva, todavia, não se identifica pela carranca, pela severidade no olhar, pela distância da realidade, tampouco pela superioridade em relação as outras pessoas (...) Antes, surge com peculiar luminosidade na face e no olhar, comedida ou atuando conforme o momento, porém sem perturba-se ou perturbar, transmitindo serenidade, confiança e vigor (ANGELIS, 1990, P.34)

Reflexões LGBT Espíritas: Introspecção e Auto Encontro
A fase de conflito em que muitxs se encontram é uma etapa deste processo de autoencontro, que tende a chegar sim a uma etapa de estabilização, desde que bem processada pela pessoa, que, munida de informações, se atreve à autenticidade. Vamos lembrar com o filósofo René Descartes que as coisas seguem um processo digestório na seguinte ordem: tese, antítese e síntese

Para o caso específico de nossa comunidade, nosso momento "tese" é a sociedade e tudo o que ela estabeleceu como regra geral. A nossa "antítese (anti tese)" é o conflito, o questionamento destas normas estabelecidas; e a nossa síntese, é, por fim, quando chegamos a conclusão de quem realmente somos e do que queremos. Right?

Trecho do link destacado acima:

Admirável é que a tensão entre os contrários não produz destruição das forças em conflito (como em uma guerra), mas harmonia: "o contrário é convergente e dos divergentes nasce a mais bela harmonia, e tudo segundo a discórdia". Mas como isso é possível? É possível se os contrários encontrarem um equilíbrio, como o arco e a lira: tensão demais e a corda se rompe, demasiado frouxo e não produz música. A música secreta da natureza está na harmonia dos contrários que emerge sob a forma de regularidade, como se houvesse uma lógica disciplinando o caos.... (Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/dialetica-tese-antitese-e-sintese.htm?next=0004H95U48N&cmpid=copiaecola)
Por hoje é só, ficamos por aqui. Beijos e até o próximo.


Referências

ANGELIS, Joana de. FRANCO, Divaldo Pereira. O Homem Integral. 1990. Arquivo pessoal em PDF.

SILVA, Josué cândido da. Dialética: tese, antítese e síntese. Página Pedagogia e Comunicação. Disponível em: <https://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/dialetica-tese-antitese-e-sintese.htm?next=0004H95U48N>. aceso 15 de em jul. de 2020.

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