Homofobia no meio religioso e Espírita

Estudando a Homoafetividade com Andrei Moreira - Homofobia no meio religioso e Espírita

O texto que apresentamos é um recorte do livro Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal, publicado no ano de 2012, descrito da seguinte forma pelo site espiritismo.tv:

Como compreender o papel e significado dessa orientação sexual na vida dos homossexuais, de suas famílias e comunidades, numa perspectiva evolucionista? Aliam-se, nesta obra, conhecimentos científicos e reflexões à luz dos ensinamentos da Doutrina Espírita, objetivando o incentivo ao desenvolvimento de uma cultura inclusiva e amorosa, de alteridade e promoção humana” (ESPIRITISMO TV).
Segue abaixo o recorte de texto de Andrei Moreira sobre a homofobia no meio religioso em geral e no meio espírita.
Sou católico. Tenho 28 anos e sou homossexual. Quando levava uma vida promíscua a Igreja me aceitava, me absolvia de vez em quando... Agora que amo verdadeiramente meu parceiro, a Igreja fechou suas portas e não me absolve mais porque vivo numa "situação de pecado" que não quero abandonar, isso foi o que me disseram. Isso me obriga a viver de costas para a Igreja, porém vivo de frente para Jesus e sua mensagem de amor e libertação. Porque a castidade absoluta não é para mim e me recuso a viver na solidão, porque descobri a riqueza que existe no verdadeiro amor.
A beleza do relato de Guilles Dugal espelha a triste realidade da exclusão e da discriminação em algumas práticas ditas cristãs. Segundo pesquisa, 72% das denominações cristãs classificam a homossexualidade como abominação, não natural e perveresão.
Essa realidade de discriminação, por vezes, se passa igualmente no movimento espírita. Dessa forma, aqueles homossexuais que não se encontram ainda profundamente vinculados com o pensamento e a comunidade espíritas terminam por virar as costas para o espaço de trabalho público e comunitário, isolando-se devido ao rechaço e ao preconceito. Perdem com isso as pessoas e as comunidades que afastam a diferença, sem validar a riqueza da diversidade.
Perdem todos. E todos queremos ganhar. Para isso é preciso transcender a forma e as manifestações mais evidentes a fim de valorizar a grandeza de cada experiência humana que se esconde por trás dos rótulos e das condições afetivo-sexuais.
Quanto aos homossexuais, muitos ainda não conseguem o grande feito de Guilles Dugal, de perceber que a relação com o Cristo, ou com qualquer das representações divinas, pode ser uma relação direta, sem intermediários, baseada na intimidade com a verdade do amor. Diz-nos o pastor Retamero, fazendo uma analogia ente a situação de alguns homossexuais e a escravidão do povo hebreu no Egito:
Tenho visto homossexuais, homens e mulheres, escravos de poderosos faraós, vivendo nos "Egitos" existenciais, terra que os tornou seres completamente nulos ou que vivem nas sombras, arriscando-se. Os poderosos faraós são muitos: pai, mãe, irmãos, família, religião, a norma social, a homofobia, todas as formas de preconceitos; e também tenho visto talvez aquele que seja o mais poderoso na hierarquia dos faraós: o sujeito mesmo, que se conformou tanto com a escravidão, que ao tornar sua mente cativa, tornou-se, ele mesmo, um faraó para si mesmo (MOREIRA, 2012, P. 285).

homossexualidade sob a otica do espirito imortal


Referências

TV Espiritismo. Andrei Moreira. Disponível em: <https://www.espiritismo.tv/Vocabulario/andrei-moreira/ . acesso em 2019

MOREIRA, Andrei. Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal. AME Editora. Belo Horizonte/MG, 2012.


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