Roubartilhando "Gay sim, e daí? por Giuliano Nascimento"

ESPECIAL: “Gay sim, e daí?” por Giuliano Nascimento


Um ano atrás o blog publicava o seu primeiro post e Giuliano Nascimento e seus Órdinarios Fragmentos sempre presente já aparecia como comentarista assíduo. Foi com muito carinho que o convidei para escrever esse post especial, com toda a sua sabedoria e experiência. Gil o blog Meninos e Meninas é todo seu !!!
Sou gay, e se você ou qualquer outro está decepcionado com este fato o problema é seu, único e exclusivo seu. Aprendi que não decepcionar os outros custa decepcionar a si mesmo, afinal é o decepcionado que acredita ser você algo idealizado/equivocado e não tem a sensibilidade para entender quem você, de fato, é. Ególatra talvez, mais feliz com certeza. 
Descobrir-se gay foi fácil, desde uns 6/7 anos de idade já percebia algo estranho com meu corpo e sentidos ao me deparar com algumas figuras masculinas, não entendia o que estava acontecendo e não questionava, afinal era algo natural. 
Mas se o se descobrir gay foi facílimo o revés é aceitar a situação. “- Sou gay, e agora?”. Medos, rejeição, inadequação e nenhum, nenhum mesmo conforto com o fato. Recorro à família, mas ouço que meninos não devem amar meninos, que boneca é coisa de menina, que tenho de engrossar minha voz, e por aí vai. Perturbação que não foi dividida com mamãe e papai, já que para eles ser gay não era certo. 
A fé, dizem move montanhas, e ela moveu meus sentimentos rumo à culpa. Se nem Deus – “o todo-poderoso” me aceitava do jeito que eu sou, o que fazer?
Sofrer, negar, dissimular, tentar mudar? Mas quem consegue lutar contra a força da natureza: nasci gay e por mais que eu pensasse que logo as coisas iriam entrar nos eixos e eu enfim seria “adequado”, minha natureza gritava. 
Houve um tempo em que ser apontado na rua me incomodava, hoje não mais. Sou o que se sou, e tenho orgulho disso. Eu – um cara gay imerso num mundo heteronormativo – não vivo o colorido e festivo “mundo gay”, me cansa a efervescência da vida gay padrão e lá também não me encaixo. Enfim…
Sigo a estrada, às vezes tortuosa e fria outras cheia de perfumes e ensolarada, acreditando na felicidade e sempre em busca do amor, que a meu ver é o grande objetivo de estarmos aqui a sete palmos do reino de Tânatos. Amar, de qualquer forma, se possível de todas as formas…
E ser gay, bem… Ser gay é só um detalhe.
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