O/A homossexual e a autoaceitação
Estudando a homoafetividade com Andrei Moreira - O/A homossexual e a autoaceitação
"A pior situação que podemos viver é passar toda uma existência sem nos dar o devido amor e respeito, fazendo coisas completamente diferentes do que sentimos. Se não nos aceitarmos, quem nos aceitará? Se nós não nos amarmos, quem nos amará? Somente optando pelo autorrespeito é que conseguiremos o respeito alheio."
A homossexualidade, enquanto condição predominante ou exclusiva do ser, apresenta-se como uma variante do comportamento sexual natural humano. Portanto, uma condição passível de construção da felicidade, na dependência das decisões íntimas da pessoa homossexual e do seu consequente comportamento social.
A autoaceitação é o primeiro passo para uma vida plena. Aceitar quem se é, o que se vive, é o passo fundamental, a base sobre a qual se constroi o edificio da vida realizada no amor. Um indivíduo em luta contínua consigo mesmo, abrigando processos autodestrutivos, perde a oportunidade de reconhecer que cada um tem um brilho próprio no universo e é uma experiência de amor singular do criador. Diz-nos Hammed:
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Em certas circunstâncias evolutivas encarnamos como homem; em outras, como mulher. E, ainda, em determinadas oportunidades de aprendizagem e de renovação, o Espírito pode vir ocupar uma vestimenta corporal oposta à tendência íntima que vivencia.
O fenômeno é análogo ao que se refere à área masculina tanto quanto à feminina. Independentemente da forma de sexualidade que estamos vivenciando no presente, procuremos aceita-la em plenitude, visto que há sempre, em qualquer condição, a oportunidade de adquirirmos experiências e, por consequência, progredirmos espiritualmente, vencendo desafios e promovendo realizações.
Devemos assim viver em paz com nossa experiência sexual atual, valorizando nosso aprendizado e, em tempo algum, culpar-nos ou atribuir culpa a alguém.
Muitos experienciam o uso de drogas e/ou comportamento sexual compulsivo, como forma de fugirem de si mesmos e da dor de seus corações. Assumir e viver a homossexualidade não significa necessariamente se amar.
Há muitos homossexuais vivendo relacionamentos destrutivos, buscando a realização e o valor próprio no número de parceiros que conseguem seduzir ou apaixonar, desconectando a vivência sexual do afeto e desperdiçando a energia sexual sagrada em experiências que os distanciam cada vez mais de si mesmos, porque não os nutrem afetivamente nem os fazem mais pacificados e conscientes.
Muitos apresentam-se estereotipadamente, colocando o rótulo na testa e tratando de se afirmar como tal para toda e qualquer pessoa que conhecem, como um gesto ambivalente de busca de aceitação e agressão social. No fundo rejeitam a si mesmos, buscando a aprovação do outro para aprovarem-se.
A postura agressiva pode ser entendida como forma de impor-se ao outro e forçar, implorando, a aceitação. Autoaceitação representa autoconhecimento e relaçao amorosa, pacificada, consigo mesmo.
Autoaceitar-se é reconhecer que ninguém pode ser nada mais, nada menos que ele mesmo e que a beleza da vida está não em espelhar-se no outro, mas em reconhecer a própria unicidade, inspirando-se na experiência complementar e enriquecedora da convivência social, para o crescimento contínuo em direção ao progresso moral e intelectual (MOREIRA, 2012, p.177).
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Referência
MOREIRA, Andrei. Homossexualidade sob a Ótica do Espírito Imortal. AME Editora. Belo Horizonte/MG, 2012.
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Comentários
Pedimos mil desculpas pela demora em responder os comentários. Com a pandemia as coisas ficaram meio confusas, mas agora voltamos a regularidade do Blog.
Sim, esta ainda é a realidade de muitos homossexuais e de pessoas transgêneras. A abertura de espaços ´mais amplos por nosso coletivo é algo ainda muito recente, mas o objetivo de páginas como este Blog e de tantos outros espaços de conscientização atuais, é oferecer suporte para que as pessoas que acessam possam refletir sobre a diversidade humana e construir novos pontos de vistas, novas posturas sobre a realidade.
A medida que o conhecimento avança, quebrando tabus, principalmente dentre as novas gerações, vai ficando mais fácil 'sair dos armários' sem constrangimentos.
O momento atual é de conscientização social e de alimentação da autoestima e do autoconceito positivo das pessoas LGBT, para a convivência alegre consigo mesma, enquanto a sociedade é trabalhada para modificar seus conceitos.